São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996
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Faculdades querem doar R$ 36 mi a polícia

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O sindicato das faculdades particulares de São Paulo quer doar R$ 36 milhões por ano à Secretaria de Segurança Pública para que o policiamento nas cercanias das faculdades seja ampliado. A proposta será formalizada e encaminhada ao secretário José Afonso da Silva.
Cada uma das 200 faculdades filiadas ao Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior) daria uma contribuição mensal de R$ 15 mil, segundo Gabriel Mário Rodrigues, presidente do Semesp e diretor da Faculdade Anhembi Morumbi.
"Acho bastante razoável investir nessa parceria. Queremos evitar a formação de grupos paramilitares para fazer a segurança das faculdades", afirmou Rodrigues.
O Semesp acredita que a Secretaria da Segurança deveria "especializar" os policiais que vão atuar nas faculdades, já que os problemas vão desde roubos de veículos e estupros até sequestros e tráfico.
Sem citar cifras, Rodrigues reconheceu que a maioria das faculdades gasta hoje quantias superiores aos R$ 15 mil para manter um corpo de segurança profissionalizado.
"R$ 15 mil por mês pode ser um ponto de partida. Se não for esse o valor justo, pelo menos ele é um valor inicial. Esse tipo de parceria é nova para nós e, acredito, também para a Secretaria da Segurança", disse Rodrigues.
Ontem, representantes das faculdades particulares se reuniram para discutir soluções para a violência. As instituições vão fazer com seus alunos uma pesquisa-relâmpago para identificar os locais e a que tipo de violência os alunos são submetidos.
Com os resultados em mãos, vão poder delinear ações antiviolência mais específicas.
Uma comissão foi formada ontem para elaborar a linha de ação da entidade e encaminhar à Secretaria da Segurança a proposta de parceria.
O secretário José Afonso da Silva só vai comentar o assunto depois de receber o documento. Sua assessoria informa que é do maior interesse do secretário estabelecer parcerias com a sociedade, mas desde que seja para o desenvolvimento de uma ação no campo da segurança pública.
Afonso da Silva quer, segundo sua assessoria, evitar nas parcerias uma possível "privatização" do aparelho policial.
Outro tópico aprovado na reunião do Semesp foi um encontro entre os agentes de segurança de todas as faculdades para intercâmbio de procedimentos.
Finalmente, foi decidido que nas próximas reuniões do Semesp sobre violência serão convidadas autoridades e outras entidades.
Entre as entidades citadas figuram desde o Rotary Club até a Fiesp.

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