São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996 |
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Rio-2004 aposta em guerra entre europeus
MÁRIO MAGALHÃES
Há 11 candidatas, incluindo o Rio. Em março, serão indicadas quatro ou cinco finalistas. Em setembro de 97, haverá a rodada final. As finalistas são escolhidas por dez integrantes do Comitê Executivo do COI mais quatro convidados. No total, 14 votos. Em setembro, o colégio eleitoral será formado pelos 114 participantes da 106ª sessão do COI. Nessa segunda fase, só é declarada vencedora a cidade que obtém maioria absoluta dos presentes. Enquanto isso não ocorre, a última colocada abandona até, se houver, a eleição final entre dois sobreviventes. O que poderia ser chamado de setor de inteligência do Comitê Rio-2004 aponta Roma a favorita, até agora. Outras prováveis finalistas, segundo os brasileiros e muitos estrangeiros, seriam mais duas candidatas européias, Estocolmo e Istambul, Rio e Cidade do Cabo (África do Sul). O Rio-2004 torce para que sejam cinco finalistas, e não quatro, resolução cujo critério será essencialmente político. Assim, com três cidades da Europa, haveria mais chance de os votos do continente mais influente do COI serem divididos, com a eliminação inicial de um finalista europeu. Com as campanhas implacáveis até a sessão, se chegaria a uma tensão tal entre os europeus que muitos votos, dados antes a cidades batidas nos primeiros turnos, poderiam migrar para o Rio, no caso de a cidade ainda estar na briga. Há cada vez menos diplomacia e mais jogo duro na guerra. Na semana retrasada, sindicatos de funcionários públicos da Itália promoveram uma greve nacional, mas resolveram não parar em Roma, que recebia a visita da comissão de avaliação do COI. Dizem na Europa que houve pelo menos um caso de cidade que se dispôs a satisfazer o gosto de eleitores do COI em todos os aspectos. Todos mesmo. Antes de agosto, a impressão dos brasileiros é que a candidatura carioca não era levada a sério. Depois da entrega de um dossiê elaborado pelo mesmo escritório que formulou o de Barcelona-92, o quadro começou a mudar. Buenos Aires, concorrente direta na América do Sul para as finais, cometeu uma, por assim dizer, gafe, já detectada pelos técnicos do COI. Em vez de informar a distância entre centros de competição em localidades do interior da Argentina até a vila olímpica de Buenos Aires, determinou distâncias menores, até as sub-sedes olímpicas. O Rio e todas candidatas tentam driblar a rígida cartilha para os eleitores do COI. O comitê carioca não pode convidá-los, por exemplo, a assistir o desfile das escolas de samba no Carnaval de 97. Mas ninguém impede que pessoas não ligadas formalmente ao Rio-2004 o façam. Matinas Suzuki Jr., que escreve às terças, quintas e sábados, está em férias Texto Anterior: Fluminense tem esperanças Próximo Texto: Tubo de ensaio Índice |
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