São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996 |
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Hitch dá asas à culpa
MURILO GABRIELI
O suspense na obra do mestre inglês em geral prescinde do mistério. Conhece-se desde o princípio o culpado. A tensão aparece de luta desesperada pela prova da inocência, a sensação de impotência misturada ao medo. No filme em questão, não se conhece culpado algum, pois que culpado não há. É aparentemente sem razão que os pássaros passam a atacar os habitantes de uma pequena cidade costeira. Ausência de culpados visíveis, porém, não significa inexistência de culpa. Ela está por toda parte, nas relação entre mães e filhos, nas relações entre homens e mulheres, em relação ao desejo. Está, principalmente, na rancorosa trilha de destruição que deixa uma força natural quando livre de qualquer freio. Escancara-se, como nunca, a mola impulsora de todo o trabalho de Hitch. E da sociedade que o forjou. O mesmo canal USA apresenta (às 14h) "Descalços no Parque", de Gene Saks. Longe de ser brilhante, o filme -que narra os encontros e desencontros de um jovem casal- tem como ponto alto o roteiro, adaptado de um sucesso de Neil Simon. Tem também o mérito de mostrar um certo frescor que ainda subsistia na Nova York dos anos 60. E que ainda possuíam Robert Redford e Jane Fonda. (MuG) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Stelling e Reggio debatem Deus Índice |
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