São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996 |
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Modernos mesmo são os artistas ingleses
ERIKA PALOMINO
A tarefa não é fácil, num momento em que o rótulo multimídia se desgasta a cada minuto e a interatividade promovida pela Internet atinge a todos. Sem falar que "estilo" -uma das bases do triângulo instalado por "Jam", junto com música e mídia- é palavra até ingrata. Um dos pontos de partida para "Jam" é o trabalho do stylist, o criador de imagens. Se uma tradução apressada pode tomá-lo por estilista, o stylist é quem concebe o resultado final de um produto, quando a imagem é o que realmente importa; texto e meio entram em segundo plano. O stylist seria uma evolução do trabalho do editor de moda, nos anos 90. Mais além. O stylist -palpiteiro profissional- mete sua colher em desfiles, capas de discos, convites, fotos e editoriais de revistas. Tudo o que compõe "Jam" -primeira celebração do trabalho do stylist, com crédito em cada obra. Outro é trazer à tona, se não metodologias, os motivos de criação de artistas cujo resultado é desconcertante. Assim, no vídeo que introduz a exposição ao visitante, o casal Antoni & Alison dispara: "Unimos cabeças para criar alguma coisa que ninguém nos pediu". Antoni & Alison são uma espécie de terroristas da moda, com frases e palavras de ordem que perturbam o establishment fashion, com ironia tipicamente inglesa. A montagem de "Jam", imersa numa nuvem de sons esquisitos de trip hop (Coldcut e Ninja), faz qualquer um se sentir antiquado. Modernos são eles, então. Texto Anterior: Cinema e música definem tribos Próximo Texto: Prêmio Smirnoff faz hoje final nacional Índice |
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