São Paulo, terça-feira, 29 de outubro de 1996 |
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Exposição lembra diáspora portuguesa
ANA MARIA GUARIGLIA
O objetivo é lembrar a expulsão dos judeus do território português, considerado um dos acontecimentos mais dramáticos da história desse povo. O decreto de expulsão, assinado pelo rei d. Manuel 1º, em dezembro de 1496, promoveu uma grande dispersão dos núcleos judaicos instalados no país. O fato também ficou conhecido como a diáspora portuguesa. Uma parcela dos judeus que trabalhavam no território lusitano atuava como astrônomos, cartógrafos e profissionais voltados à ciência náutica. contribuíam, assim, com a expansão marítima do reino, que resultaria, em 1500, na descoberta do Brasil. Nachman Falbel, 64, professor titular da USP (Universidade de São Paulo) em história medieval, diretor do Arquivo Histórico Judaico-Brasileiro e um dos organizadores da mostra, explica que o Brasil também acabou servido com um dos roteiros de fuga. "Logo após sua descoberta, os judeus vieram ao Brasil, devido à perseguição instalada pela inquisição contra os cristãos-novos (judeus obrigados à conversão)", diz o professor. Objetos históricos A exposição foi dividida em quatro partes, mostrando a presença histórica dos judeus em Portugal, da Idade Média até os dias de hoje. O tema é ilustrado com reproduções de livros, como da Bíblia de Cervera, com os leões de Judá, e mapas que mostram os roteiros da diáspora. Há também a exposição de peças originais, como documentos, livros raros, além da reprodução do edito de expulsão. A mostra terá um ciclo de cinco palestras, que estão programadas para os dias 3, 10, 17 e 24 de novembro e 1º de dezembro. A participação é gratuita e aberta aos interessados. Entre os palestrantes do evento estarão o professor Nachman Falbel, o escritor e jornalista Alberto Dines e Alfredo Srour, estudioso da história dos judeus na península Ibérica. Exposição: A Expulsão dos Judeus de Portugal: 500 anos Onde: A Hebraica (r. Hungria, 1.000, tel. 011/816-6463, zona sul de São Paulo) Quando: hoje, às 19h30; de terça a sexta, das 15h às 22h; sábados e domingos, das 10h às 19h; até 10 de novembro Entrada: franca Texto Anterior: Guedes mostra sua paixão pela pintura Próximo Texto: Cultos foram mantidos Índice |
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