São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 1996 |
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Empresa é acusada de superfaturamento
ANDRÉ MUGGIATI
Segundo o proprietário da Lucel, Manoel Ribas Galvão, foi uma outra empresa que venceu essa licitação, e o nome de sua empresa teria sido publicado por engano. A maternidade registrou a morte de 33 recém-nascidos no berçário, este mês. Segundo o Ministério da Saúde, entre 11 e 15 crianças morreram por infecção hospitalar. O caso do superfaturamento está sendo investigado pelo Ministério Público de Roraima. A licitação foi anulada depois que o departamento jurídico da Secretaria Estadual da Saúde emitiu um parecer considerando superfaturado o valor de R$ 48 mil a ser pago mensalmente. Segundo a assessoria de comunicação do governo de Roraima, o contrato anterior, feito com a mesma empresa, teve de ser renovado para que o hospital não ficasse sem limpeza. A renovação aconteceu apesar de ofícios emitidos pela ex-diretora da maternidade, Odete Domingues, alertando a secretaria que a empresa não limpava adequadamente o hospital. Segundo Galvão, o atual contrato tem o valor de R$ 37 mil mensais. O proprietário, que é primo do subsecretário de Saúde, Ailton Wanderley, nega que tenha vencido a licitação superfaturada. "Foi uma outra empresa que venceu essa licitação, mas o nome da minha empresa foi publicado como vencedora, por engano." A assessoria do governo, porém, diz que quem venceu a licitação foi de fato a Lucel. Números de mortos O hospital divulgou ontem os índices de mortalidade no hospital desde o início do ano. Naquele mês, foi registrada a morte de 17 crianças, contra uma média de 8,4 por mês, até então. O índice continuou elevado em setembro, quando morreram 11. O maior aumento, entretanto, é o do mês de outubro, quando morreram, até agora, 33 bebês. A direção do hospital diz que não é possível dizer se as mortes desde agosto foram causadas por infecção hospitalar. Não foram divulgadas, ainda, as causas das mortes. O governador de Roraima, Neudo Campos, cancelou ontem a entrevista coletiva que havia marcado. Segundo a assessoria de comunicação do governo, o adiamento deveu-se à morte da irmã do governador, Elza Ribeiro Campos. A assessoria não soube informar a causa da morte. Texto Anterior: Envolvidos negam acusações Próximo Texto: Exames devem sair hoje Índice |
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