São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 1996 |
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"Cézanne" é obra para fanáticos CD permite análise de estilo ANDRÉ FONTENELLE
O CD-ROM permite uma análise da obra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906), precursor, pelo estilo, da arte do século 20. Mas tudo que ele contém poderia perfeitamente figurar num livro -como o catálogo da exposição a ele dedicada no último outono francês (vendido a US$ 72 em Paris). Na França, tornou-se moda lançar CD-ROMs associados às principais exposições da temporada. A mania começou em 1994, com uma mostra consagrada ao pintor seiscentista Nicolas Poussin (1594-1665), tema de uma exposição no Grand Palais, em Paris. No ano seguinte, foi a vez de Cézanne ser homenageado pelo Grand Palais, em comemoração ao centésimo aniversário da primeira grande exposição de sua carreira. O CD-ROM lançado agora, porém, fica aquém do dedicado a Poussin e de outro, sobre o acervo do museu do Louvre. Este permitia comparar pintores de diferentes épocas, analisar quadros em profundidade, aprender se divertindo. "Cézanne" inclui um índice com 54 quadros do pintor, cobrindo quatro fases de sua carreira, de 1859, quando ainda não se radicara em Paris, até sua morte. Cada quadro é acompanhado de um comentário falado (em inglês ou francês), de uma análise simplificada da composição -linhas brancas cortando a tela- e de um trecho da correspondência de Cézanne. Infelizmente, nem sempre esses trechos têm relação direta com os quadros que acompanham. "Cézanne" é obra apenas para os fanáticos por arte que porventura queiram formar uma "pinacoteca virtual". Os demais, provavelmente, o executarão uma vez, antes de esquecê-lo na prateleira. Ironicamente, o CD-ROM apresenta uma bibliografia de obras escritas sobre Cézanne. Quem quiser se aprofundar no tema terá que recorrer ao bom e ultrapassado livro. Texto Anterior: Mecânica do disco dá a pista dos erros Próximo Texto: Sting expõe sua carreira musical e rigor estético Índice |
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