São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Complexo será desativado até o fim deste ano

OSCAR RÖCKER NETTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Até o fim do ano deverão ser assinados os contratos para a construção dos nove presídios que substituirão o Complexo Penitenciário do Carandiru, do qual faz parte a Casa de Detenção de São Paulo.
Até ontem, 49 empresas haviam retirado as propostas para licitação dos cinco primeiros presídios, segundo João de Azevedo Marques, 57, secretário da Administração Penitenciária.
Ele diz que a licitação dos quatro presídios restantes deverá ser aberta dentro de uma semana.
"Ao longo do mês de dezembro, as vencedoras serão escolhidas, e os contratos, assinados", afirma o secretário.
Marques diz que o prazo para a construção dos presídios é de 18 meses.
"Até julho de 98 eles deverão estar prontos", disse. Os presos serão transferidos da Casa de Detenção após o término dos presídios.
A desativação do Carandiru faz parte do Programa Nacional de Direitos Humanos, do governo federal.
O montante gasto na primeira fase será de R$ 117,2 milhões -80% dos quais vindos do governo federal e 20% do estadual. Neste ano serão liberados R$ 15 milhões.
Maior da América Latina
A Casa de Detenção de São Paulo, na zona norte da cidade, é o maior presídio da América Latina. A detenção integra o Complexo do Carandiru, que inclui também o Centro de Observação Criminológica e a Penitenciária do Estado.
Ocupa uma área de 427.600 m². Atualmente, abriga 6.353 presos -a capacidade máxima é 3.200. Nas três unidades são quase 9.000 presos, sendo 1.789 mulheres.
Em outubro de 1992, a Casa de Detenção foi palco da maior chacina de presos em toda a história penitenciária do Brasil -111 presos foram mortos pela Polícia Militar durante uma rebelião.

Colaborou a Redação

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