São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Solução para o Bamerindus está próxima

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

O acordo com o Banco Central para solucionar os problemas financeiros do Bamerindus deve ser fechado nos próximos dias.
Ontem, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou uma medida que pode beneficiar o banco paranaense.
O CMN autorizou os bancos a lançarem no exterior ações sem direito a voto como forma de captar recursos externos para aumentar seu capital. O assunto será regulamentado nos próximos dias por meio de decreto presidencial.
Questionado se a medida poderia beneficiar o Bamerindus, o diretor de Normas do Banco Centra (BC), Alkimar Moura, disse que podem ser beneficiados todos os bancos com capacidade de obterem financiamento no exterior.
O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Gustavo Franco, foi mais direto e disse que a medida não beneficia o Bamerindus.
Brasília viveu ontem um dia de expectativa à espera do anúncio de um solução para os problemas de caixa do Bamerindus. Mesmo assim, não foi anunciado nenhum acordo nas negociações que estão sendo feitas.
Ao chegar ao Ministério da Fazenda para a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), o presidente do BC, Gustavo Loyola, disse manter sua "opinião" sobre o fim do Proer (programa de fortalecimento do sistema financeiro).
A legislação prevê que o Proer seja encerrado em 31 de dezembro de 96. Desde agosto, Loyola vem afirmando que o programa não será prorrogado.
As negociações entre o BC e o principal controlador do Bamerindus, senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR), foram aceleradas com a concordância deste em abrir mão do controle do banco -coisa que não admitia antes. Com a mudança do controle acionário, abre-se a possibilidade para o uso de recursos do Proer.
Perguntado sobre o acordo para solucionar o caso Bamerindus, o diretor de Fiscalização do BC, Cláudio Mauch, foi lacônico.
"Estamos trabalhando", disse.
O ministro do Planejamento, Antonio Kandir, disse ao sair da reunião do CMN que não sabia de nenhuma solução para o caso.
Analistas de mercado financeiro consultados pela Folha informaram que as negociações estão avançadas.
A solução mais provável é a transferência do controle acionário, precedida de uma administração externa independente, como no caso do Banerj (sob gestão do Bozano, Simonsen).

Colaborou a Reportagem Local

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