São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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Argentina renegocia metas junto ao FMI

RODRIGO BERTOLOTTO
DE BUENOS AIRES

O Fundo Monetário Internacional aceitou ontem o pedido de perdão da Argentina pelo não-cumprimento das metas para o déficit fiscal deste ano.
O país tinha acertado com o FMI que teria um saldo negativo, entre arrecadação e gastos públicos, de US$ 2,5 bilhões em 1996.
Mas o déficit argentino chegou a US$ 3,3 bilhões no primeiro semestre. O governo Carlos Menem, então, estabeleceu o teto de US$ 6 bilhões para 1996.
O pedido de perdão, que tem o nome técnico de "waiver", foi encaminhado ao FMI junto com as metas econômicas para 97, também aprovadas pela entidade dirigida por Michel Camdessus.
O Ministério da Economia, com Roque Fernández à frente, prometeu que a inflação no próximo ano não superará os 2% e o crescimento do Produto Interno Bruto atingirá aproximadamente 5%.
A Argentina se esforça em conter o déficit para conseguir novos empréstimos e ganhar a confiança dos investidores internacionais.
A política econômica apontou nos últimos meses para uma luta contra a sonegação fiscal.
Para tanto, o governo fez a fusão da administração da alfândega com o órgão responsável pela cobrança de impostos internos.
Também mandou ao Congresso uma nova legislação para fortalecer a tributação, com medidas como multas para consumidores que não solicitem recibos e para contadores que facilitem fraudes.
Mas a ênfase fiscal da atualidade já encontrou seus críticos: os empresários.
Diego Videla, dirigente da União Industrial Argentina, reforçou o coro dos empresários por uma política industrial. "No país, não há um política que incentive a produção. O que existe é uma política fiscalista e, em parte, monetarista."

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