São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Arcebispo de Bukavu é morto
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS O arcebispo de Bukavu (leste do Zaire), Christophe Munzihirwa, foi morto em um ataque à cidade, anunciou ontem o Vaticano."Ainda não sabemos os detalhes do ocorrido", disse Ciro Benedettini, vice-porta-voz do Vaticano. O papa João Paulo 2º fez um apelo para que o Ocidente ajude a acabar com "a interminável tragédia" da África Central. Ele disse estar seguindo os eventos na região com "tristeza inenarrável". Dois padres, um espanhol e um belga, foram tomados como reféns por tutsis em Bukavu, segundo a chancelaria espanhola. A cidade está sendo atacada pelos banyamulenges. Soldados do Zaire também estão saqueando Bukavu. Não estava claro quem estava controlando a cidade ontem. Banyamulenges Grupos de ajuda humanitária disseram que a metade de Bukavu já é controlada pelos banyamulenges, que são os tutsis que habitam o leste do Zaire há 200 anos. Segundo a agência de notícias "France Presse", a Cruz Vermelha afirmou que morreram na semana passada cem pessoas na cidade. Os banyamulenges são perseguidos pelas autoridades do Zaire, que ordenaram a sua saída da região no início do mês. O grupo respondeu promovendo uma ofensiva contra as cidades da região e os campos de refugiados onde estão os radicais da sua etnia rival, a hutu. Os ataques dos banyamulenges deixaram 600 mil refugiados em localidade desconhecida e levaram outros 190 mil ao campo de Mugunga, agora com 420 mil moradores, o maior do mundo. Nele, há 2,5 m2 para cada pessoa. Os refugiados que chegaram a Mugunga vinham do campo de Kibumba, que foi retomado ontem pelo Exército do Zaire. Chegou a ser divulgada ontem a informação de que 115 mil refugiados do campo de Kahindo estariam seguindo para Mugunga. A informação foi depois negada. Busca da paz O presidente francês, Jacques Chirac, pediu uma reunião de líderes da África Central sobre a situação. A Itália afirmou que pode haver um encontro entre líderes de Ruanda e Zaire em Roma na próxima semana, quando ocorre cúpula da ONU sobre alimentação. As Nações Unidas anunciaram ontem a nomeação de um canadense, Raymond Chrétien, como enviado especial ao Zaire. Texto Anterior: Na Suíça, líder gasta US$ 1,6 mi Próximo Texto: Policial do apartheid pega prisão perpétua Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |