São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 1996
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A formação do triângulo

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - O apoio explícito de Paulo Maluf a ACM na disputa pela presidência do Senado estará completo quando entrar mais um componente nessa aliança.
A terceira peça do triângulo amoroso será o ministro da Coordenação de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos.
Por enquanto, Maluf e ACM não podem dizer muita coisa. Mas desejam ver a candidatura de Santos se consolidar como a mais viável para a presidência da Câmara.
Se vingar, esse triângulo tem peso político para ninguém botar defeito.
Maluf, ACM e Luiz Carlos Santos dominariam a Câmara, o Senado e ainda teriam um nome (Maluf) de reserva para concorrer à Presidência da República -no caso de fracassar a reeleição de FHC.
É importante notar que esse triângulo representa os três mais importantes partidos políticos que hoje dão oxigênio para FHC sobreviver no Congresso: Maluf (PPB), ACM (PFL) e Luiz Carlos Santos (PMDB).
De todo modo, é cedo demais para bater o martelo. As eleições para as presidências da Câmara e do Senado serão realizadas apenas em fevereiro. A comissão especial da reeleição só votará a emenda em janeiro.
Mas o prematuro apoio malufista a ACM é um desses sinais políticos que não devem ser desprezados. ACM sabe disso. Está feliz com a perspectiva cada vez mais forte de presidir o Senado.
Popular na Bahia, o senador de 69 anos passa por uma fase de consolidação de sua imagem nacional.
Daqui a dois anos, ganhando agora a presidência do Senado, ACM estará mais do que nunca credenciado para ter o que quiser -do governo baiano até vôos mais altos para si ou para seu filho Luís Eduardo Magalhães.
Luiz Carlos Santos, se conquistar mesmo a presidência da Câmara, leva com folga um novo mandato em 98. Ou até o governo de São Paulo.
Maluf optará entre o governo paulista e a Presidência da República.
Como se vê, nesse triângulo, as pessoas só jogam mesmo é para ganhar.
Pelo bem ou pelo mal de FHC.

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