São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996 |
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Béart na solidão de Paris
MURILO GABRIELLI
E, no caso deste filme de Claude Sautet, os conflitos apresentados são tipicamente parisienses. Emmanuelle Béart é a mulher em processo de separação que vai trabalhar para um empresário mais velho (Michel Serraut), que escreve suas memórias. Entre os dois se cria um vínculo que é mais que uma amizade, mas menos que uma paixão. No meio tempo, Béart se envolve, sem êxito, com o editor de Serraut, Jean-Hugues Anglade. Fala-se da impossibilidade de se relacionar. Principalmente da impossibilidade de se relacionar em Paris: o distanciamento criado pela grande cidade conspirando com uma cultura excessivamente analítica e fossilizada para criar existências autocríticas e vazias. À noite (no Multishow, à 1h30) passa-se do tipicamente francês para o tipicamente alemão. O "Aguirre, a Cólera dos Deuses" de Werner Herzog narra a busca de El Dorado por um enlouquecido conquistador espanhol. A loucura -como em diversos filmes do diretor alemão- adviria da impossibilidade do homem impor sua vontade aos elementos. Ou melhor, a razão, tão germânica, perde a cabeça ao ter sua pretensa onipotência humilhada pelo irracional. (MURILO GABRIELLI) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Desventuras de uma histórica casa-grande Índice |
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