São Paulo, sexta-feira, 1 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acidente aéreo; Esclarecimento; Conversa íntima; Risco dos analgésicos; Voto nulo; Ataque ao funcionalismo; Ramificação esportiva

Acidente aéreo
"Um governante já propôs há alguns anos a desativação e venda da área do aeroporto de Congonhas para projetos imobiliários e foi malhado como corrupto pela imprensa (talvez merecesse), mas a própria imprensa teve sua incúria, pois esse desastre seria facilmente previsível por qualquer estatística de acidentes aéreos em pousos e decolagens.
Se mãe Dinah ou outro vidente previu o desastre, não é por ter poderes sobrenaturais, simplesmente consultou estatísticas e lei de probabilidades, que nenhum jornalista teve a curiosidade de consultar.
Agora vamos ver quem o noticiário ressaltará como culpado dessas mortes não anunciadas."
Roberto Buscariolli (São Paulo, SP)
*
"Os aeroportos urbanos têm que ser desativados e transformados em heliportos que transportariam os passageiros de novos aeroportos para o centro da cidade. Exemplos: Congonhas, Santos Dumont etc...
Como estão localizados representam grande risco e perigo para todos os cidadãos."
Fernando d'Ávila (Rio de Janeiro, RJ)

Esclarecimento
"Tendo em vista a notícia veiculada pela Folha em 30/10, a propósito de que o prefeito Paulo Maluf já houvera negociado secretarias com o PFL, indicando como fonte minha pessoa e assinada pelo repórter Carlos Eduardo, tenho a informar o que segue:
1) em nenhuma oportunidade disse ao repórter que iria para a Secretaria de Negócios Jurídicos do município. Nada comentei a propósito da participação do deputado Kassab. Em nenhum momento falei a respeito da demissão do secretário Artur Alves Pinto e, finalmente, nada disse em relação a número de cargos no governo Celso Pitta.
2) Deixo claro que nada foi conversado com o prefeito Paulo Maluf nem com o futuro prefeito Celso Pitta.
3) O PFL, até onde sei, deverá participar da administração, mas não tem motivos menos nobres de exigir cargos ou secretarias.
4) Meras ilações são de responsabilidade do repórter, que não teve como 'fonte' este deputado."
Régis de Oliveira, deputado federal (PFL-SP) e candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa encabeçada por Celso Pitta (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Carlos Eduardo Alves - O deputado Régis de Oliveira não é citado como fonte das informações da reportagem.

Conversa íntima
"Há uns dois anos, um repórter fez comigo uma reportagem. Encerrada a entrevista, prosseguimos num papo informal. Sabedor, o repórter, de minhas antigas ligações com os poetas concretos, Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, pediu minha opinião sobre suas atuais produções.
Repeti-lhe minha já conhecida posição de desencanto e afastamento frente a produções artísticas, especialmente as de grande alento. Entre elas citei as 'Galáxias', do Haroldo.
Aquilo que não passava de uma conversa íntima saiu publicado no corpo da entrevista, num gesto que considerei pouco profissional do repórter.
Volto a considerar necessário um público e geral reparo a tal despautério. Se consultado, jamais autorizaria a publicação de qualquer comentário meu que contivesse qualquer traço de crítica a uma obra do Haroldo."
Rogério Duprat, maestro (São Paulo, SP)

Risco dos analgésicos
"Em relação à reportagem 'Cartilha ensina a tomar analgésicos', não posso deixar de registrar meu protesto em relação à afirmação de que 'analgésicos, antiácidos e digestivos oferecem baixíssimo risco e são de fácil utilização'.
Qual o baixíssimo risco para as pessoas alérgicas a determinadas substâncias medicamentosas componentes dos analgésicos, antiácidos e digestivos?
Acho preocupante, para não dizer irresponsáveis, as colocações do sr. Dagoberto de Castro Brandão (consultor científico da Abips -Associação Brasileira da Indústria de Produtos para a Saúde) quando classifica esses medicamentos como de 'baixíssimo risco'."
Julio Cesar Gomes de Oliveira, coordenador do Grupo de Estudo de Medicamentos Nesc/UFPB (João Pessoa, PB)

Voto nulo
"Sobre o editorial 'Petistas e petistas', de 16/10: votei em Chico Alencar no primeiro turno e votarei nulo no segundo turno por falta de opção melhor.
'Estranho' esse editorial que condena a minha opção (assim como a do PT do Rio). Será que a Folha quer impedir que eu 'democraticamente' opte por votar nulo?
Ou será que votar nulo não é democrático porque um dos dois candidatos, ou quem sabe os dois, agradam a Folha?"
Paulo Sergio Nascimento de Souza (Rio de Janeiro, RJ)
*
"Não dá pra concordar com o editorial de 16/10 contra a orientação ao voto nulo no segundo turno.
É lícito e democrático, sim, pregar o voto nulo, o que significa, no caso, contrapor uma terceira proposta e tentar convencer a maioria de sua oportunidade. Dentro dessa filosofia, isso amplia e não restringe o debate político."
Aluisio Lemos (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - A Folha não condena o direito do eleitor de optar pelo voto nulo. Também não tem preferência por nenhum candidato, mantendo a posição crítica e apartidária definida em seu projeto editorial.

Ataque ao funcionalismo
"Fiquei estarrecido ao ouvir os apresentadores do 'Fantástico' terminarem seus trabalhos dominicais num estrondoso ataque ao funcionalismo público.
Realmente é triste ouvir pessoas que provavelmente se formaram em instituições públicas retornarem seus conhecimentos com tanto desprezo e ironia!"
Fernando Mendes de Almeida (Goiânia, GO)

Ramificação esportiva
"Em seu artigo de 27/10, Clóvis Rossi invocou a condição de palestrino para justificar o desejo de que o time do Corinthians se rale. Convém explicar às novíssimas gerações a que ele se refere.
O termo palestrino remonta à época em que existia um clube em São Paulo chamado Palestra Itália. Durante a Segunda Guerra, por razões políticas, teve de mudar o nome e virou Palmeiras.
Há alguns anos o clube foi absorvido por uma multinacional do ramo de laticínios. Hoje, é uma ramificação dessa multi, no ramo de esportes.
Chama-se P.Parmalat. Como foi identificado na placa do marcador da quadra onde disputou partida de basquete pelo campeonato paulista de 1995."
Antonio Carlos Augusto (São Paulo, SP)

Texto Anterior: Pitta e a injustiça das "paulistinhas"
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.