São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Universal decide pela neutralidade

Igreja se acha 'esnobada' pelo PPB

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A Igreja Universal do Reino de Deus decidiu não apoiar o candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta.
Segundo a Folha apurou, a Universal caminhava para um apoio ao pepebista. A mudança ocorreu devido às declarações de políticos ligados ao prefeito Paulo Maluf, que teriam "esnobado" a influência da igreja junto a seus fiéis.
Representantes da Universal vinham tentando audiência com o prefeito e não conseguiam ser atendidos. Por isso, decidiram pela neutralidade.
Na avaliação dos malufistas, a eleição paulistana demonstrou que a igreja não possuía o cacife eleitoral que dizia ter.
Além de ter conseguido eleger um único vereador na cidade, o candidato da Universal à prefeitura, o tucano José Serra, não foi sequer para o segundo turno.
ABC
Antes do lançamento da candidatura Serra e do acordo político entre o PSDB e a Universal, Pitta foi cortejado pela ABC (Associação Beneficente Cristã), entidade filantrópica ligada à igreja.
O pastor Ronaldo Didini, presidente da organização e um dos principais nomes da equipe de Edir Macedo, patrocinou distribuições de alimentos entre carentes com a presença do candidato.
Durante esses eventos, Didini e seus convidados pediam votos para Pitta e elogiavam a administração de Maluf, padrinho político do pepebista.
A entidade chegou a receber R$ 800 mil da prefeitura como subsídio. Tanto Maluf quanto Didini negaram que a operação tivesse qualquer caráter eleitoral.
Com a divulgação do apoio da Universal a Serra, os pastores da igreja passaram a recomendar o voto no tucano durante os cultos.
"Prepotência"
Antes das declarações malufistas -interpretadas pela igreja como "prepotência" do prefeito-, a deputada Edna Macedo (PPB), irmã do bispo Macedo, esteve reunida com o secretário de Governo do município, Edevaldo Alves da Silva, para anunciar seu apoio a Pitta.
O coordenador político da Universal no Estado de São Paulo, deputado Wagner Salustiano (PPB), também participou, nesta semana, de um jantar oferecido pelo PL em homenagem ao pepebista.
Mas, na terça-feira, por exigência do próprio prefeito, o nome do deputado foi retirado da comissão que vai analisar a reeleição.

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