São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Eleição estréia Internet e marca o fim da hegemonia televisiva

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Franklin Roosevelt foi o primeiro presidente a usar o rádio como importante instrumento político; John Kennedy o pioneiro na TV. Bill Clinton e Bob Dole querem ser o equivalente na Internet.
A campanha presidencial de 1996 é a primeira em que a World Wide Web se transforma em meio de comunicação de massa. Só 6% dos norte-americanos a acionam diariamente. Sua influência é pequena, portanto. Mas seus usuários são formadores de opinião.
O resultado da utilização política da Internet é, em geral, fraco. Os sites dos candidatos são previsíveis, com tom laudatório, pouco velozes, ainda que bonitos e atraentes. As revistas políticas on-line ("Slate", "Politics Now", entre outras), tiveram momentos melhores, mas não chegaram a se destacar nem pela análise sofisticada nem pela relevância das informações.
Clinton deu a primeira entrevista coletiva presidencial via Internet em julho, na inauguração da MSNBC, rede de TV com 24 horas de notícia acoplada à Web. Se esquivou das perguntas incômodas com facilidade, dada a ausência física dos questionadores.
Se esta campanha marcou a entrada da Internet no processo eleitoral, pode também ter representado o início do fim da hegemonia da TV sobre ele. A cobertura da campanha pelas três grandes redes diminuiu em 51% em relação à de 1988 em termos de tempo.
O desalento de jornalistas famosos chegou a ser patético. Um deles, Sam Donaldson, disse no ar: "Se eu tivesse reportagens de verdade, eu os avisaria". Outro, Ted Koppel, abandonou a convenção republicana no segundo dia.
Todas as redes de TV deram tempo de graça para os candidatos. Elas definiram formato e horário da propaganda. Em geral, segmentos de um a três minutos, durante os telejornais.
(CELS)

Texto Anterior: Campanha é a 1ª a ter pesquisas diárias
Próximo Texto: Economia neutraliza escândalos que atingem caráter do presidente Clinton
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.