São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Morador fica em casa por temer saque

ROGÉRIO GENTILLE
DA REPORTAGEM LOCAL

Os moradores dos imóveis atingidos pelo avião Fokker-100 da empresa aérea TAM que caiu anteontem no Jabaquara temem que suas residências sejam saqueadas.
Anteontem, a Polícia Militar prendeu quatro pessoas tentando furtar televisores e outros equipamentos eletrônicos das casas da rua Luís Orsini de Castro (na zona sul de São Paulo).
O engenheiro Ricardo Casuhico não passou a noite no flat oferecido pela empresa TAM porque ficou com receio de ter sua casa roubada durante o período em que estivesse longe.
No acidente, o telhado do imóvel foi quebrado.
"Tive que ficar aqui para não ter prejuízo ainda maior", afirmou Casuhico. No momento do acidente, ele estava levando os filhos para a escola.
Vigília
"Infelizmente, o risco de saque ainda existe", afirmou o tenente-coronel João Batista, do 3º Batalhão da Polícia Militar.
Segundo ele, a polícia vai ficar posicionada na região até a situação estar totalmente normalizada. "Não temos prazo para sair."
A dona-de-casa Marta Santa Rosa Chahine, 36, passou a manhã de ontem esperando que os seus móveis fossem transferidos para um depósito, que, segundo ela, seria cedido pela TAM.
"Daqui a pouco a polícia vai embora e posso perder as poucas coisas que sobraram."
Marta, acompanhada por um bombeiro, entrou em seu apartamento e conseguiu achar documentos. "Não consegui ver direito, mas alguns móveis e discos estão intactos."
A vendedora Luci Augusto, 38, também tem medo de saques. Luci, que está com o braço esquerdo enfaixado, passou o dia levando pertences para a casa de uma amiga que mora no bairro.
Solidariedade
Para evitar furtos, muitos moradores levaram seus pertences para a casa da comerciante Marli do Nascimento Padilha, 37.
Apesar de estar localizada na frente do epicentro do acidente, a sua casa praticamente não foi danificada.
Apenas o telhado foi atingido por alguns destroços.
Móveis, roupas e utensílios domésticos foram guardados na sala e nos quartos da casa da comerciante. "A gente tem que colaborar", afirmou.

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