São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Presidente diz que TAM não vai esperar ações para pagar o seguro

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do grupo TAM, Rolim Adolfo Amaro, 54, afirmou ontem que a empresa pretende pagar o seguro de vida para as vítimas do acidente com o Fokker-100 "o mais rápido possível". "Evidentemente, nós não queremos agregar sofrimento às vítimas."
Segundo ele, a empresa vai começar hoje a atender os parentes (leia texto abaixo). "Não vamos esperar ninguém entrar na Justiça para pagar."
Rolim chegou às 6h da manhã de ontem ao Brasil. No momento do acidente com a aeronave de sua empresa, ele estava na ilha de Bonaire, no Caribe, reabastecendo o jatinho no qual voava para Miami.
Ontem à tarde, ele recebeu a imprensa na sede da empresa para uma entrevista coletiva sobre a tragédia. Leia abaixo os principais pontos da entrevista.
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O ACIDENTE - "Foi um momento difícil e dolorido para mim e para a empresa, mas é a realidade e temos de enfrentá-la."
AS CAUSAS - "No terreno das hipóteses, tudo é possível, mas acho que nós vamos ter o laudo da Aeronáutica muito breve, porque as caixas-pretas estão perfeitas. Acho que, assim que a Aeronáutica providenciar sua decodificação, vamos ter todas as respostas, porque ali está tudo gravado. A única coisa que sabemos é que faltou potência ao avião."
AMEAÇAS DE BOMBA - "Isso não é privilégio da TAM, pois sempre há desocupados que fazem esse tipo de coisa. Eu mesmo, recentemente, estava indo a Londres num avião da British em Miami e fui obrigado a passar a noite no aeroporto. Isso não é privilégio da TAM, outras empresas brasileiras têm tido esse tipo de problema."
O PILOTO - "Esse era um dos pilotos de melhor nível que tínhamos. Ele estava absolutamente com sua escala em ordem."
DENÚNCIAS - "Você já viu acidente aéreo no Brasil que o sindicato não metesse a colher? Se nós tivéssemos algum problema, estaria preocupado, mas não estou."
MANUTENÇÃO - "A TAM tem um grande estoque de peças e facilidade para trocá-las, porque opera só com aviões novos."
FIM DE CONGONHAS - "Isso não tem cabimento. O mundo inteiro tem aeroportos centrais e cada vez mais as cidades os priorizam. Em um aeroporto afastado, como Cumbica, já aconteceu um problema semelhante."
EXPANSÃO - "Não há prejuízo material que suplante o prejuízo moral. A TAM vai continuar expandindo seus negócios e trabalhando com Fokker-100."
INDENIZAÇÃO - "Evidentemente, nós não queremos agregar sofrimento às vítimas. Ao contrário, nós temos que minimizar problemas. Se pagar o seguro minimizar o problema, vamos pagar o mais rapidamente possível."
DROGA NO AVIÃO - "A droga é uma droga. Eu não sei, devia estar na bagagem de algum passageiro. Todos os aviões do Brasil estão na rota do tráfico, pois há tráfico em todo lugar do país."

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