São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996 |
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Para legista, exumação não resolve
ANDRÉ MUGGIATI
"Há milhares de outras bactérias, devido ao apodrecimento dos corpos, e será difícil encontrar as bactérias da infecção", afirmou. Os técnicos do IML exumaram ontem, por ordem judicial, os corpos de oito bebês que morreram no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazaré em outubro. Seis dos bebês estavam enterrados no cemitério Campo da Saudade, um no cemitério Nossa Senhora da Conceição e outro no município de Mucajaí (RR). Para o promotor Marcos Regenold Fernandes, que pediu a exumação, ela deveria ser feita de qualquer maneira, mesmo se não houver possibilidade de se identificar as bactérias. "Caso eu não fizesse a perícia, os acusados poderiam alegar isso, posteriormente, em sua defesa." Exames no Rio O promotor deve enviar o material colhido nos cadáveres com as requisições de exames para a Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), no Rio. Os exames visam apurar se as crianças foram vítimas de infecção hospitalar. Para Fernandes, as oito crianças exumadas podem ter sido vítimas da infecção, embora seus atestados de óbito apontem outras causas de morte. Os corpos dos bebês foram levados, no início da tarde de ontem, ainda dentro dos caixões, para o IML. Lá foram retiradas as amostras de tecidos para serem enviadas ao Rio. Durante a exumação dos corpos dos bebês, havia um único parente presente e por acaso. Era José Hidelbrando Rufino, pai de Maria Oliveira Rufino, que morreu aos três dias de idade, em 20 de outubro, na maternidade. O atestado de óbito aponta como causa da morte a aspiração do líquido intra-uterino. Rufino disse que estava no cemitério para preparar o túmulo da filha para o dia de finados. "Fiquei chateado, porque não deu para pôr a cruz que eu mandei fazer. Mas se é para punir os culpados, acho bom", disse, a respeito da exumação. Texto Anterior: Cresce contaminação de bebês Próximo Texto: Comissão de deputados inicia investigação Índice |
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