São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996
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Cai exportação de eletrodomésticos

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento do consumo interno e a crise nos países que formam o Mercosul levaram a indústria de eletrodomésticos a reduzir as exportações para a Argentina, Paraguai e Uruguai.
As vendas de freezers e geladeiras, por exemplo, devem cair 37,9% e 19,3%, respectivamente, em 96 na comparação com 95.
Sobre o volume embarcado em 1993, um dos melhores para as exportações brasileiras de eletrodomésticos, a queda deve ser ainda maior -de 63,6% e 46,4%.
A previsão é da Adebim (Associação de Empresas Brasileiras para a Integração no Mercosul), com base em números fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior) até setembro último.
"A crise no México abalou o mercado latino-americano", diz Rodrigo Etchenique, vice-presidente para a América Latina da Whirlpool, que detém 30% do capital da Brasmotor, que controla a Multibras, dona das marcas Brastemp, Consul e Semer.
A Multibras, conta ele, deve fechar 1996 com exportações de 200 mil unidades para o Mercosul, Bolívia e Chile, com queda de 21,5% sobre 1995 (255 mil unidades) e 34,6% sobre 1994 (306 mil unidades).
Para Etchenique, as compras do Brasil caíram porque na Argentina, em especial, o crédito sumiu do mercado.
Antonio Carlos Romanoski, diretor-superintendente da Refripar (Refrigeração Paraná), que comercializa as marcas Electrolux e Prosdócimo, diz que o Mercosul passa por uma fase de ajuste, mas que o Brasil vai ser a base de produção de eletrodomésticos para esse mercado.
Nos seus cálculos, a Refripar deve embarcar para Mercosul, Bolívia e Chile cerca de 130 mil unidades neste ano -16% mais do que no ano passado, mas 17,1% menos do que em 1993 -o melhor ano.
Para Romanoski, as exportações brasileiras de eletrodomésticos estão um pouco travadas também por causa da carga tributária incidente nos produtos. Pelos seus cálculos, ela participa com 37,5% do preço de venda.
Na Itália, continua, esse percentual cai para 20%, e nos países da Ásia, para 1% a 2%. "O problema não é a valorização do real em relação ao dólar, mas sim os impostos."

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