São Paulo, sábado, 2 de novembro de 1996 |
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Governo vai reduzir juro para exportação
FERNANDO GODINHO
A equipe econômica quer acabar com a participação dos bancos comerciais como agentes financeiros do programa, que tem R$ 1 bilhão e é administrado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O BNDES passaria a assumir todo o risco das operações, cobrando a taxa de 2,5% -os empréstimos ainda têm o custo da Libor (taxa de juros do mercado londrino), mais a atualização pelo dólar. O resultado até agora foi desanimador. Tanto o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, como o ministro Antonio Kandir (Planejamento) já reconheceram o fracasso do programa. Lançada no primeiro semestre deste ano, a linha de financiamento às exportações é considerada prioritária pelo governo, preocupado com os resultados negativos da balança comercial. Os financiamentos são de até R$ 10 milhões e beneficiam empresas privadas de qualquer porte. O prazo máximo de pagamento é 15 meses, com nove meses de carência. Reação dos bancos O governo avalia que o fracasso do programa se deve à falta de interesse dos bancos comerciais, que não estariam dispostos a assumir o risco das operações. O diretor de Câmbio e Comércio Exterior da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Eduardo Vassimon, disse à Folha que a taxa máxima de 3% é considerada baixa. Ele pede a liberação dessa taxa de risco. "Muitas vezes, a taxa é menor que a de outras operações disponíveis no mercado. Por isso, os bancos acabam optando por não trabalhar com o BNDES", completa. Mesmo assim, Vassimon não concorda com o fim da participação dos bancos como agentes financeiros. "É uma alternativa complicada, pois a capacidade de análise de crédito do BNDES não é tão boa quanto a da rede bancária. Os financiamentos levariam mais tempo para ser concedidos." A Febraban está discutindo com o BNDES a reformulação do programa. Eduardo Vassimon lembra que, nos últimos 16 meses, cresceu o número de linhas de apoio às exportações operadas por bancos que atuam no exterior. "O governo precisa estar atento à concorrência", diz ele. Texto Anterior: A morte e o renascimento da economia Próximo Texto: Cai exportação de eletrodomésticos Índice |
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