São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996 |
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Irmão vive com salário mínimo
ARMANDO ANTENORE
Os prontuários da Febem indicaram o nome de seus irmãos -Flávio, Maria Aparecida e Reis. Também explicaram por que a mãe entregou as crianças à Justiça: fora abandonada pelo marido. Os arquivos da Polícia Civil revelaram que Aparecida residira na favela do Cruzado, em Santo André (SP). Silva rumou para lá. Não achou ninguém, mas soube que a irmã poderia estar no morro do Caracol (Rio). Saiu atrás do novo rastro e nada -só especulações de que a moça teria se mudado para Campinas ou Sumaré. O pesquisador visitou as duas cidades paulistas. E acabou seguindo para Santa Isabel, também no interior de São Paulo. Foi ali que, finalmente, encontrou a irmã, em janeiro deste ano. A busca levou oito meses. Aparecida, 37, divide uma casa modesta com o irmão Reis, 34, o marido e cinco filhos. Vivem em um loteamento clandestino, sem água nem luz. Reis, que cresceu com a irmã num internato paulistano "por puro acaso", é operário de uma indústria de plásticos. Ganha um salário mínimo. Aparecida não trabalha porque tem paralisia infantil. Seu marido se aposentou por invalidez. Apesar das dificuldades financeiras, os dois irmãos nunca cometeram crimes. Não sonhavam com a existência de Silva nem têm pistas de Flávio ou dos pais. (AA) Texto Anterior: Ex-detento crê na 'máquina do crime' Próximo Texto: 'Tese flagra modelo que não funciona' Índice |
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