São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996 |
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'Tese flagra modelo que não funciona'
ARMANDO ANTENORE
"O trabalho flagra uma realidade que todos nós queremos modificar", afirma. "Silva vivenciou -e agora analisa com precisão- um sistema que não funciona, é sabidamente equivocado." Domingues conheceu o pesquisador há pouco menos de um ano. "Participamos juntos de alguns seminários." O presidente esclarece que não leu o estudo. "Mesmo assim, sei do que se trata, porque já conversei com Silva sobre o assunto." Explica, ainda, que está tentando "desmontar esse monólito" retratado pela tese. Para tanto, diz que impôs à sua gestão quatro metas principais: *Desativar os grandes complexos de internação, substituindo-os por unidades menores. *Diminuir o tempo que as crianças carentes e abandonadas passam dentro do internato. "Procuramos, primeiro, devolver os internos às famílias biológicas. Se não conseguimos, tentamos entregá-los para outras famílias por meio de guarda ou adoção." *Manter infratores longe dos meninos e meninas sem antecedentes criminais. *Evitar a separação de irmãos. "O estudo é irrefutável", opina Nazih Meserani, que presidiu a Febem de São Paulo entre 1986 e 1987. "A tese aborda um tema já muito debatido sob uma ótica absolutamente inédita." Para Meserani, o trabalho traz "esclarecimentos preciosos sobre o que sente quem passa parte da vida em institutos correcionais e de amparo à infância". A orientadora da tese, Angelina Peralva, insere o estudo dentro de um movimento intelectual que ganhou força a partir dos anos 60. "Foi quando ecoaram as críticas às instituições que negam as identidades individuais e tentam normatizar o comportamento das pessoas." (AA) Texto Anterior: Irmão vive com salário mínimo Próximo Texto: Floresta da Tijuca passa a cobrar entrada Índice |
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