São Paulo, domingo, 3 de novembro de 1996
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Sindicalistas apóiam idéia

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Sindicalistas ligados a CUT e Força Sindical, as duas maiores centrais sindicais do país, afirmam que a autogestão é o processo ideal de administração de uma empresa. Criticam, porém, que esse sistema só seja adotado quando a empresa já está quebrada financeiramente. Segundo eles, a autogestão é uma alternativa importante contra o desemprego e representa ainda uma mudança na mentalidade do empregado, cuja relação de trabalho não se baseia mais somente em receber o pagamento.
"A autogestão é a democratização total do capital. Mas ainda estamos muito longe disso", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, vinculado à Força Sindical.
Ele diz que grande parte das empresas ainda não tem representantes dos trabalhadores nas comissões de fábricas.
A autogestão, segundo ele, acaba sendo a última alternativa de sobrevivência para o trabalhador. "O sistema é positivo, mas apresenta uma série de dificuldades, já que reerguer uma empresa pode não dar certo", diz.
Para Paulinho, o ideal seria iniciar o processo com um sistema de co-gestão (empresários e empregados participando da administração da empresa). "O empregado não sabe quem são os fornecedores nem clientes e quando descobre a empresa já está falida", diz.
Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da CUT, acredita que os funcionários têm condição de dirigir uma empresa, já que os funcionários administrativos estão diretamente ligados a fornecedores e clientes.
"Isso é uma revolução. O problema existe quando o trabalhador pega uma empresa falida para garantir o emprego", diz.
Marinho afirma ainda que os trabalhadores aprendem a fazer "sacrifícios", já que optam, em muitos casos, em dar uma parte do salário para pagamento de dívidas ou compra de máquinas.
Ele diz que também há problemas de preconceito de clientes em relação a essas empresas.
(DFe)

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