São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Grupo revisita cultura nacional

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Para Marcia Milhazes, a obra literária de Machado de Assis lhe proporcionou um sentido de brasilidade, só que sem ufanismos. Ela pretende continuar a explorar a obra do escritor com seu grupo, que reúne o piauiense All Crisppinn e a carioca Luciana Yegros.
A parceria com a irmã Beatriz Milhazes também deve se manter. Em comum, elas possuem o interesse em reinterpretar a cultura brasileira. Para a coreografia "Santa Cruz", Beatriz criou um cenário em forma de ornatos espiralados, que geralmente recobrem colunas de igrejas barrocas.
Trabalhando sem patrocínios, Marcia ensaia seu grupo numa sala alugada do teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro.
Além de Machado de Assis, ela pretende se inspirar, no futuro, na obra da coreógrafa Bronislava Nijinska (1891-1972). Irmã do bailarino Nijinsky, Bronislava é uma das mais importantes autoras da dança do século 20.
Além de Marcia, também fez sucesso na Bienal de Lyon a companhia Terceira Dança, dirigida por Gisela Rocha, considerada a revelação do evento.
A dança fluida e consistente apresentada por Gisela lhe rendeu em Lyon definições como "uma coreógrafa de qualidades raras".
Paradoxalmente, o elenco da Terceira Dança voltou ao Brasil para enfrentar uma desagradável surpresa: o desemprego provocado pelo fechamento da empresa Indumento, que patrocinava o grupo.
(AFP)

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