São Paulo, terça-feira, 5 de novembro de 1996
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Clinton teme alta abstenção e faz apelo

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, centrou seus discursos no último dia de campanha numa só mensagem aos eleitores: é fundamental ir votar.
O único receio do presidente na véspera da sua aguardada reeleição é que o excesso de confiança na vitória desmotive eleitores em tal número que ela possa ficar ameaçada. A ausência nas urnas de milhares de correligionários de Thomas Dewey, o favorito absoluto em 1948, foi um dos fatores que levaram à surpreendente vitória de Harry Truman naquela eleição.
Se depender das condições climáticas, Clinton não tem o que temer. A previsão do serviço de meteorologia é que o dia de hoje será ensolarado e com temperaturas amenas em quase todo o país.
As únicas regiões em que pode ocorrer chuva leve são a Nova Inglaterra (Costa Leste), os Grandes Lagos (Meio-Oeste) e as Montanhas Rochosas (oeste do país).
Clinton, 50, cruzou seis Estados ontem, numa viagem que teve início e final marcados pelo sentimentalismo. A viagem começou em Manchester, New Hampshire, Estado da Costa Leste que manteve vivas as aspirações presidenciais de Clinton em 1992, ao lhe dar uma boa votação na primeira eleição primária da campanha, apesar dos problemas que o então candidato tinha pela frente, entre eles acusações de infidelidade conjugal.
A última parada foi Little Rock, Arkansas, no sudoeste, seu Estado-natal. Foi lá que Clinton esperou os resultados que o elegeram em 1992. O presidente dominou a política do Arkansas ao longo da década de 80. Embora procedam desse tempo muitas das dificuldades éticas que agora o acossam, Clinton continua fiel ao Estado.
O principal discurso de Clinton ontem foi em Cleveland, Ohio, Meio-Oeste. Diante de milhares de estudantes, reunidos no campus da universidade local, o presidente disse ter feito a sua parte e que agora cabia aos eleitores, indo votar, completar o trabalho.
Outro assunto de que Clinton tratou em seus discursos de ontem foi a importância de ele contar com maioria no Congresso em seu segundo mandato para poder cumprir suas promessas.
Ele estava acompanhado pela primeira-dama, Hillary Clinton, que fez um raro e breve discurso.
O vice-presidente Al Gore, o mais provável candidato à sua sucessão, falou com grande entusiasmo sobre a necessidade de votar.
A confiança na vitória de Clinton é tão grande que muitas pessoas no círculo presidencial começam a especular qual será seu futuro em 2001, quando, aos 54 anos, Clinton estará se aposentando.

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