São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Vantagem da pupunha é a sua precocidade

VALMIR DENARDIN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM REGISTRO (SP)

Técnicos que estudam palmito apontam as vantagens da pupunha sobre a juçara e o açaí, duas outras espécies de palmeiras também originárias da região Amazônica.
Segundo uma apostila elaborada por agrônomos da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a principal das vantagens é a precocidade.
Enquanto a pupunha leva entre um ano e meio e três anos para produzir, o açaí demora oito anos e a juçara, de oito a 12 anos.
Além disso, a pupunha (Bactris gasipaes) é uma planta perene.
Segundo a Cati, a palmeira da pupunha perfilha (produz brotos).
Quando um dos brotos é cortado para a extração do palmito, outros começam a se desenvolver.
Segundo o trabalho, a juçara (Euterpe edulis), não apresenta perfilhamento e cada planta só produz um gomo de palmito.
Apesar de perfilhar, o açaí (Euterpe oleracea) tem a desvantagem de produzir um palmito fibroso, de baixa qualidade e menor rendimento.
Vitamina A
Segundo o agrônomo Luis Gustavo de Souza Ferreira, da Cati de Registro, um dos responsáveis pela elaboração da apostila, a pupunha produz um palmito de "excelente qualidade".
"Ele é mais macio, tem pouca fibra, é rico em vitamina A e não oxida (escurece) após o corte."
Ferreira afirma que o sabor da pupunha é idêntico ("ou até melhor") que o do palmito da juçara e do açaí, as duas espécies atualmente encontradas no mercado.
"O consumidor não vai perceber a diferença", afirma.
Segundo ele, a pupunha é um pouco mais adocicada e amarelada que as outras espécies.
Interesse imediato
A precocidade da pupunha foi um dos motivos que levaram o produtor Antonio Iesca Rodrigues Filho, pioneiro do cultivo no Vale do Ribeira, a optar pela espécie.
"Meu agrônomo falou de um palmito precoce e que perfilhava. Me interessei rapidamente pela espécie", afirma.
Maior exportador
No início da década de 90 (últimos números disponíveis), o país produzia cerca de 200 mil toneladas anuais.
Desse total, 10% eram destinados à exportação, informa o Departamento de Comércio Exterior.

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