São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Safrinha e uso da irrigação causam doenças no Centro-Sul

Pesquisador recomenda rotação de cultura contra moléstias

DA REPORTAGEM LOCAL

O cultivo da safrinha e o uso da irrigação estão agravando a incidência de doenças nas lavouras de milho do Centro-Sul.
Segundo José Carlos Cruz, pesquisador do CNPMS (Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo), da Embrapa, em Sete Lagoas (MG), as doenças que mais preocupam são a Phaeosfera, os enfezamentos pálido e vermelho, as ferrugens e moléstias viróticas.
"O impacto dessas doenças ainda não provocou prejuízos expressivos, mas têm preocupado cada vez mais os pesquisadores e os produtores nos últimos três anos."
Praticamente não há controle químico definido para essas doenças, de acordo com o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Enquanto as instituições de pesquisa desenvolvem cultivares resistentes, o agricultor deve se informar junto aos órgãos de assistência técnica sobre sementes que amenizem os efeitos das moléstias.
Em sua propriedade, o agricultor deve efetuar a rotação de culturas.
Com o incremento da safrinha e da agricultura irrigada, o milho passou a ser cultivado durante todo o ano, o que facilita o alastramento das doenças.
Dicas
Nem sempre híbridos simples e triplo dão um bom rendimento na lavoura de milho.
O pesquisador José Carlos Cruz alerta para a necessidade de o agricultor compatibilizar seus níveis de produtividade com o tipo de semente a ser adquirida.
"Não adianta o produtor gastar mais, ao comprar sementes de híbrido simples, se o rendimento médio de suas lavouras é inferior a 6.000 kg/ha", diz.
No caso de um agricultor com produtividade de 3.000 kg/ha a 4.000 kg/ha, compensa mais comprar um híbrido duplo, mais barato, e investir na adubação de sua lavoura.
Outra dica dada pelo pesquisador Cruz é o tamanho da semente a ser adquirida. Em regiões onde não há ocorrência sistemática de secas pode ser mais econômica a compra de sementes menores, mas com produtividade semelhante à das maiores.

Onde saber mais - CNPMS/Embrapa, tel. (031) 773-5644 e fax (031) 771-8631.

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