São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Falha pode ter 4 causas, diz sindicato

Aeronautas analisam probabilidades

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas, há quatro possibilidades para que ocorra uma falha mecânica em aeronaves.
O sindicato tem um representante acompanhando as investigações da Aeronáutica.
Eis as principais hipóteses para o problema no Fokker-100 da TAM:
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1ª) Fadiga de material - A peça que apresentou defeito estaria velha, mesmo que sua aparência não demonstrasse isso.
Probabilidade: pequena. O Fokker-100 que caiu na última quinta-feira tinha três anos de uso. É um avião considerado "novo" entre aeronautas.
2ª) Erro de fabricação - A peça já teria sido projetada com defeito, mas ele só teria aparecido após certo tempo -no caso, três anos. Ou seja, a causa seria um defeito estrutural.
Probabilidade: muito pequena, mas isso já ocorreu em outros modelos, como o DC-10 e o Electra 1.
3ª) Falha de manutenção - A peça estaria apresentando defeito que não foi detectado pelos mecânicos de manutenção da empresa.
A peça teria quebrado por "acidente", mas isso poderia ter sido evitado com um trabalho adequado dos funcionários da TAM.
Probabilidade: média. A Aeronáutica está investigando as escalas de manutenção da aeronave Fokker-100, prefixo PT-MRK, que caiu matando 98 pessoas na zona sul de São Paulo.
4ª) Agente externo - Na linguagem aeronáutica, significa que algum objeto (um papel, uma ave etc.) impediu o funcionamento da peça em questão.
Probabilidade: apesar de existir, pouco provável, uma vez que até o momento a comissão que investiga o acidente não teria identificado nenhum "agente externo" na turbina do avião.
Para o diretor de Relações Internacionais do sindicato dos aeronautas, Helio Huben, 53, a Fokker "deve estar comunicando" a todos os pilotos de Fokker-100 no mundo que deixem de utilizar o reverso enquanto durarem as investigações.
A TAM não está usando o equipamento desde sábado.
O reverso é possivelmente o equipamento que apresentou defeito. O relatório preliminar da Aeronáutica deve sair em cinco dias.

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