São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Lindberg quer prova sem nome
DA SUCURSAL DO RIO O deputado federal Lindberg Farias (PC do B-RJ) disse que vai propor hoje, em reunião como ministro da Educação, Paulo Renato Souza, que estudantes universitários façam o chamado provão, no domingo, sem assinar seus nomes.Farias, que esteve ontem na Universidade Gama Filho, em Piedade (zona norte), para um debate com estudantes sobre o provão, disse que tentará essa "solução negociada" para tirar a questão "do impasse". Para o deputado e ex-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), se um bom aluno assinar o provão e, por "uma indisposição", fizer um mau exame, poderá ficar marcado, prejudicando sua carreira no mercado de trabalho. Farias disse que, sem assinar o provão, o estudante não correria esse risco e, por outro lado, o governo conseguiria seu objetivo: verificar, pelo desempenho dos alunos, se determinada universidade tem ou não um bom ensino. Surpresa A "solução negociada" proposta por Farias pegou de surpresa o diretor nacional da UNE Leandro Cruz, 26. "Desconheço essa declaração dele, então fica difícil comentar", disse Cruz. A direção da UNE é contra a realização do provão, e já entrou com ação popular, na Justiça Federal, em Brasília, pedindo a concessão de uma liminar contra a realização do exame, no próximo domingo. "Nota zero" No sábado, na sede da UNE/RJ, no Catete (zona sul), será realizada reunião para tentar mobilizar os estudantes -caso o provão seja realizado- para a campanha "nota zero". O estudante assinaria a prova, mas a entregaria em branco. A proposta de Farias, a ser feita ao ministro, foi bem recebida pelo reitor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Antônio Celso Alves Pereira. "Seria até uma boa saída", disse. Pereira afirmou que as universidades precisam ter seu desempenho avaliado. Mas ele acha que o provão, além de poder prejudicar a vida profissional do formando, é "um mecanismo isolado". Segundo ele, o Exame Nacional de Cursos, o chamado provão, apenas avalia uma das atividades das universidades, que é o ensino, deixando de lado a pesquisa e as atividades de extensão. Texto Anterior: Justiça não acata liminar contra o provão Próximo Texto: Dia é escolhido para não prejudicar aulas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |