São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Dennis Hopper é destaque

FREE-LANCE PARA A FOLHA EM SÃO FRANCISCO

O ator e diretor Dennis Hopper, 60, fez parte do movimento beat quando era um jovem ator em Los Angeles, nos anos 50. Na época, ele se envolveu com fotografia e colagens. "Para mim o movimento beat começou com James Dean, quando filmamos juntos 'Rebelde Sem Causa' (1955) e 'Assim Caminha a Humanidade' (1956)", lembra ele. "Só soube da existência de Kerouac e Ginsberg depois".
Segundo Hopper, ele e James Dean foram os primeiros a vestir calças jeans na então sisuda Los Angeles. "As regras de etiqueta exigiam o uso do smoking para ocasiões sociais", afirma. "Em restaurantes nem podíamos entrar sem gravata". Segundo ele, tudo mudou depois que Marlon Brando fez "O Selvagem". "Seu personagem vestia calças Levi's e camisetas rasgadas e foi aí que todos começaram a imitar o tal cara que fala gemendo e se veste mal.".
Fotografia Entre os altos e baixos de sua carreira na tela, Hopper acabou desenvolvendo seu hobby como fotógrafo. Nos anos 60 e 70, participou de várias exposições. Começou também a formar uma coleção de arte que inclui obras de Marcel Duchamp, Julian Schnabel e Andy Warhol, entre outros. "Sou ator, diretor, escritor, pintor e monto objetos", conta ele. "Não me parecem ser coisas muito diferentes em termos de criatividade."
Sua participação na exposição "Beat Culture and the New America" acontece em vários níveis. Além dos retratos de artistas da geração beat e das obras emprestadas de sua coleção, ele aparece na série de colagens "Dennis Hopper One Man Show by Bruce Conner".
Na Galeria Paul Anglim, a mostra "Bruce Conner e Dennis Hopper" deixa clara a união duradoura entre os dois artistas, em 17 obras de cada um. A parte de Hopper são fotos de paredes e superfícies.
Atos de Amor
Hopper, que está em cartaz em São Paulo com "Atos de Amor", de Bruno Barreto, gostou muito de sua participação no filme. Ele faz o papel de um professor que se apaixona por uma aluna de 17 anos. Segundo ele, é o melhor papel que caiu em sua mão nos últimos anos. Ele se considera marginalizado pelos estúdios. "Eu me sinto como um cidadão de segunda classe".

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