São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Cirurgia não impede greve

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A cirurgia de Ieltsin não impediu a realização de uma greve geral ontem, na Rússia, mas diminuiu o seu impacto. Houve manifestações por todo o país, de trabalhadores que pediam aumento de salários.
Segundo a poderosa confederação sindical dos mineiros, 250 das 280 minas do país estavam fechadas ontem -número muito menor, segundo os administradores.
Jornalistas disseram que entre 5.000 e 8.000 pessoas se reuniram na praça Vermelha, o ponto central de Moscou (capital). Os organizadores da greve previam entre 50 mil e 80 mil manifestantes.
Em Iekaterimburgo, base eleitoral de Ieltsin, havia apenas 800 manifestantes. Em Novossibirksi, na Sibéria, os grevistas gritavam: "Um país doente precisa de um presidente saudável".
Mas a cirurgia esfriou o ânimo das pessoas. A maioria dos entrevistados nas ruas dizia que reprovava a atuação de Ieltsin como presidente da Rússia, mas desejava sorte a ele na operação.
"Em geral, o que acontece com ele não me interessa. Mas eu não seria uma russa se não desejasse sorte para ele hoje (ontem)", afirmou a engenheira Elena Sviridova, 47, em Moscou.
Outros diziam que Ieltsin já deveria ter se retirado da política, devido à sua precária saúde. "Como político, já cumpriu o seu papel. Não vejo problema em que ele volte em uma função meramente decorativa", diz o físico Vladimir Molokhov, 46. Para consolo de Ieltsin, a maioria das pessoas afirma que uma mudança de governante não teria grandes consequências práticas para melhor.

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