São Paulo, quarta-feira, 6 de novembro de 1996
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Paquistão empossa novo premiê e prende o marido de Benazir

Ex-primeira-ministra continua incomunicável

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Paquistão confirmou ontem a prisão do marido de Benazir Bhutto e deu posse ao governo interino que substitui o da ex-primeira-ministra. Benazir continua incomunicável na residência oficial.
Meraj Khalid, 80, jurou o cargo de primeiro-ministro junto com os nove membros de seu gabinete.
Ele disse que sua prioridade será a celebração de eleições "imparciais, livres e justas", marcadas para o próximo dia 3 de fevereiro pelo presidente Faruq Leghari.
O presidente destituiu o governo de Benazir, que estava no poder havia três anos, dissolveu o Parlamento e convocou as eleições por causa de acusações de corrupção, abuso de poder e "má administração econômica" de Benazir.
A medida, feita dentro da legalidade, foi considerada um "golpe de Estado constitucional" por comentaristas políticos do país.
O presidente dispõe de poderes constitucionais para depor o premiê e convocar eleições em 90 dias.
Benazir ficou sabendo de sua destituição ontem à 1h30 (19h30 de anteontem em Brasília).
Desde então, ela continua em sua residência oficial sem poder sair e sem comunicação com o exterior. Mas, oficialmente, não está presa.
Forças de segurança estão guardando a residência de Benazir, de onde foram cortadas as linhas telefônicas. Foi proibida também a visita de correligionários do Partido Popular do Paquistão (PPP).
Foram presos vários membros do PPP, entre eles o marido da ex-primeira-ministra, Asif Ali Zardari, que era ministro do Investimento do governo Benazir.
Grupos de soldados tomaram posição em torno do Parlamento e dos prédios da rádio e TV estatais.

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