São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Maluf compara Fernando Henrique com o ditador nazista Adolf Hitler

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), comparou ontem o presidente Fernando Henrique Cardoso ao ditador nazista Adolf Hitler (1889-1945).
"O Congresso é que tem que aprovar ou não uma lei. Na hora que o presidente da República manda (uma medida provisória ao Congresso), como no regime nazista Hitler mandava para o Parlamento alemão, que engolia goela abaixo, o presidente não dá importância à democracia do país", disse Maluf.
O prefeito fez as afirmações durante carreata do candidato à prefeitura Celso Pitta (PPB) na zona sul da cidade e se referia à MP das micro e pequenas empresas editada pelo governo anteontem.
A MP beneficia as pequenas e microempresas com a redução de impostos federais, mas também altera a tributação nos níveis estadual e municipal.
A reação de Maluf aconteceu um dia após a candidata do PT à prefeitura, Luiza Erundina, ter usado imagens de FHC em pronunciamento, como forma de atrair o apoio de políticos do PSDB.
Na noite de anteontem, o programa eleitoral gratuito de Erundina mostrou Fernando Henrique anunciando a MP das micro e pequenas. Em seguida, a candidata falou que em seu eventual governo esses segmentos empresariais também serão beneficiados.
Segundo Maluf, FHC "deprecia o Congresso" com a adoção da MP. Ele não quis falar se concorda ou não com a redução da tributação para pequenas empresas.
Disse que seu partido, bem como os outros integrantes do Congresso, é que deveriam ser chamados para discutir os benefícios incluídos na MP.
AI-5
"Como posso falar se meu partido foi cassado. Houve um AI-5 (Ato Institucional nº 5) em cima do Congresso", disse Maluf.
Os atos institucionais foram usados durante o regime militar (1964-1978) para dar poderes ditatoriais ao presidente.
"O Congresso não existe para o presidente. Nem no regime militar nós tínhamos esse tipo de proposta econômica ou política."
Segundo Maluf, o presidente "não é dono da verdade. Tem 513 deputados e 81 senadores no Congresso que poderiam aprimorar a proposta dele".

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