São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministro recebe líderes favoráveis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Paulo Renato Souza (Educação) recebeu ontem, em seu gabinete, líderes estudantis que apóiam a realização do provão, o exame final para alunos do curso superior.
O vice-presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UnB, José Antônio Reguffe, disse que é "radicalmente favorável ao provão".
"A UNE (União Nacional dos Estudantes), que é contra o provão, está apostando na formação da opinião dos estudantes, mas não na informação", afirmou Reguffe.
O DCE da UnB, entidade que reúne todos os estudantes da universidade, não fechou posição sobre o assunto.
Os diretores ficaram livres para apoiar ou se manifestar contra o provão.
Ausência
O presidente do DCE, Manoel Neto, 25, é contra a realização do exame. Ele não participou do encontro com o ministro.
Em vez disso, foi com o presidente da UNE, Orlando Silva Júnior, à Justiça Federal protocolar habeas corpus em favor de alunos que querem entregar a prova em branco.
A UNE é contra a divulgação de um ranking das universidades porque considera que os alunos das faculdades que obtiverem piores colocações vão ser prejudicados.
Reguffe, do DCE da UnB, disse que isso é "demagógico", porque já existem rankings "sem nenhum critério", feitos por revistas.
"Esse, do MEC, terá critérios", completou.
Oposição
Alguns dos estudantes que participaram do encontro não são favoráveis ao provão.
Luiz Felipe Pereira, 26, presidente do DCE do Ceub (Centro de Ensino Unificado de Brasília), disse que é contra "o provão como critério de avaliação do curso".
"Mas também sou contra a campanha da UNE para entregar a prova em branco", afirmou Pereira.
"Nós devemos discutir o provão, mas não deixar de fazer o exame", disse.
A secretária de Ensino Superior do Ministério da Educação, Vanessa Guimarães, disse que é a favor do provão, apesar de dizer que ele pode ter "fragilidades".
Os defeitos, segundo a secretária, poderão aparecer na elaboração das provas, "que devem ser muito criteriosas para diferenciar os cursos bons dos médios e dos ruins".
Segundo ela, os eventuais defeitos só vão aparecer depois que os primeiros exames acontecerem.
"Com o vestibular foi assim. Ele foi aperfeiçoado com o passar do tempo", disse.

Texto Anterior: Habeas-corpus tenta liberar aluno de sala
Próximo Texto: DCE da Uerj promove piquete
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.