São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Provável relator quer privatizar Embratel

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Paulo Cordeiro (PTB-PR), cotado para ser o relator do projeto da lei geral das telecomunicações, disse ontem que, se confirmado, proporá a imediata privatização da Embratel.
O relator tem a prerrogativa de redigir o texto final que será votado pelos parlamentares.
Ele pode aceitar ou não propostas de modificações ao texto feitas por outros deputados ou senadores.
Polêmica
A proposta de privatização da Embratel é polêmica e chegou a gerar mal-estar no governo.
O ministro Antonio Kandir (Planejamento) anunciou na segunda-feira a intenção de privatizar a estatal, responsável pela operação de satélites e da comunicação à longa distância.
Mas, logo no dia seguinte, o anúncio foi desautorizado pelo ministro das Comunicações, Sérgio Motta.
Cordeiro é do setor de telecomunicações. Ele foi sucessor do atual presidente da Telebrás, Fernando Xavier Ferreira, quando este deixou a presidência da Telepar (Telecomunicações do Paraná) em 1990.
No Congresso
Ele disse ontem que foi escolhido pelas lideranças dos partidos da base governista para ser o relator do projeto da lei geral das telecomunicações, que deverá ir ao Congresso no dia 18.
"Por acordo entre os líderes Inocêncio de Oliveira (PFL-PE), Pedrinho Abrahão (PTB-GO) e o presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, Ney Lopes (PFL-RN), fui indicado para a relatoria", disse o deputado Paulo Cordeiro.
No entanto, o deputado Ney Lopes (PFL-RN), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, afirmou que o deputado Paulo Cordeiro é apenas um dos candidatos, entre outros 15.
Subsídio
Cordeiro defendeu o fim do subsídio no setor de telecomunicações.
O critério apropriado para as tarifas do setor, de acordo com Cordeiro, seria a remuneração de 12% sobre o patrimônio líquido.
Ele disse querer discutir o mecanismo que permitiu, na prática, a ampliação para cinco anos da reserva de mercado na telefonia celular às empresas nacionais.
A lei que regula o setor prevê apenas três anos.
Esse mecanismo -a proibição da transferência das concessões em menos de cinco anos- foi incluído nas normas do celular editadas nessa semana pelo ministro Sérgio Motta.

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