São Paulo, sexta-feira, 8 de novembro de 1996
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Clinton quer evitar crises com oposição

Christopher renuncia

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, Bill Clinton, e o presidente da Câmara dos Representantes (deputados), Newt Gingrich, fizeram ontem promessas de procurarem "o centro vital" (Clinton) e "pontos comuns" (Gingrich) para governar o país nos próximos dois anos.
Clinton, 50, e Gingrich, 53, vão continuar dividindo o poder como chefes do Executivo e do Legislativo. Eles têm estado nessa situação desde janeiro de 1995, quando o Partido Republicano, de oposição, ganhou a maioria no Congresso.
Nesse período, os confrontos entre os dois levaram a sucessivas interrupções nos trabalhos da administração federal. Os dois deram indicações de não pretenderem repetir esse tipo de situação.
O presidente anunciou ontem formalmente a renúncia de seu secretário de Estado, Warren Christopher, em cerimônia na Casa Branca, sede do governo dos EUA.
Christopher, 71, é o primeiro de pelo menos cinco e talvez até oito membros do ministério de Clinton que serão substituídos antes do início de seu segundo mandato, em 20 de janeiro próximo.
Além dele, os secretários (ministros) da Defesa, William Perry, do Comércio, Mickey Kantor, da Energia, Hazel O'Leary, e dos Transportes, Federico Peña, já comunicaram ao presidente seus pedidos de demissão.
Nenhum substituto será indicado antes de Clinton escolher o novo chefe da Casa Civil que irá, no lugar do também demissionário Leon Panetta, coordenar o processo de composição do ministério.
Todos os ministros precisam ter seus nomes referendados pelo Senado, onde o partido do presidente estará em minoria de dez cadeiras (em cem) a partir de janeiro.
Cotados
Os nomes mais comentados para o Departamento de Estado são o da atual embaixadora dos EUA junto à ONU, Madeleine Albright, e o do ex-líder do Partido Democrata no Senado George Mitchell.
Mas Clinton pode considerar a possibilidade de indicar um integrante da oposição, como o general Colin Powell ou o senador Richard Lugar, como prova de que quer um governo suprapartidário nos próximos quatro anos.
Christopher vai retornar ao escritório de direito no qual trabalhava na Califórnia, Costa Oeste do país, antes de ser chamado por Clinton para ajudá-lo a organizar o governo e, depois, para servir como secretário de Estado.
Ele foi o ocupante do cargo que mais viajou num período de quatro anos: cerca de 1,2 milhão de quilômetros. Suas prioridades à frente da diplomacia norte-americana foram o Oriente Médio, a ex-Iugoslávia e o Haiti.
Clinton disse que vai consultar Christopher sobre quem irá sucedê-lo no Departamento de Estado.

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