São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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Exame revela que garota precisa de atendimento psicológico

RONI LIMA
ENVIADO ESPECIAL A VITÓRIA (ES)

Exame mental feito na estudante capixaba J.G.G.S., 17, que decepou com um facão de cozinha o pênis do ex-namorado João Carlos Mattos de Faria, 26, constatou que ela não precisaria de tratamento psiquiátrico em clínica especializada.
Realizado na noite de anteontem a mando da Justiça, o exame apontou que J. tem um desequilíbrio psíquico que a torna depressiva e agressiva em alguns momentos.
Mas ela precisaria apenas de um atendimento psicológico.
Em função do resultado do exame, J. teve que retornar à cela da Unip (Unidade de Internação Provisória) de Cariacica (município da Grande Vitória).
Para tentar libertar J., para que fique sob os cuidados da mãe, o seu advogado, José Maria Ramos Gagno, 53, entrou no final da tarde de ontem com um pedido de habeas corpus na Justiça.
A curadora de menores da Vara da Infância e da Juventude do município de Serra (na Grande Vitória), Márcia Jacobsen, disse não acreditar que ele seja concedido.
Defesa
A tese da defesa de Faria é que o crime foi premeditado. Uma das provas, que estaria em poder dos pais de Faria, seria uma fita de secretária eletrônica em que J. teria ameaçado o ex-namorado de morte caso ele não reatasse o namoro.
A fita está em poder do pai do rapaz, segundo o advogado de Faria, Homero Mafra, 40. Ele afirma que, na gravação, a moça diz o seguinte: "se você não for meu, não vai ser de mais ninguém. Ou eu te destruo na Justiça, ou eu te mato. Eu te dou um tiro na testa".
O advogado afirmou que, ao contrário do que disse J., ela levou um facão de cozinha afiado para o Status Motel, na segunda passada.
J. afirmou que achou o facão entre o colchão e o estrado da cama, antes de começar a discutir com Faria por ciúmes.
Pós-operatório
O estado de saúde de Faria manteve-se inalterado ontem. Segundo os médicos, a evolução do quadro pós-operatório do reimplante da parte cortada do pênis é boa.
Os testes realizados ontem mostraram que o sangue está circulando normalmente na parte enxertada do pênis.
Ainda há, entretanto, riscos de infecção ou rejeição. Segundo os médicos, Faria deve receber alta em duas semanas.

Colaborou a Reportagem Local

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