São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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Música alta, construção e todo tipo de barulho tiram sono de paulistanos

DA REPORTAGEM LOCAL

Todos os dias, cerca de 15,8 pessoas procuram o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) da prefeitura para reclamar de algum vizinho barulhento.
Pela lei, fábricas, bares, restaurantes, igrejas, entre outros estabelecimentos, não podem emitir um ruído superior a 70 decibéis (ou menos, dependendo da região e do horário).
O problema é que a maioria dos estabelecimentos não possui o tratamento acústico necessário para impedir o vazamento do som.
Como o poder público não tem hoje equipe suficiente para coibir o abuso (aplica, em média, menos de uma multa por dia), muita gente acaba sendo obrigada a tentar dormir ouvindo os brados de um pastor evangélico, os gritos de um cantor de rock ou a batida de uma prensa de 200 toneladas.
O médico otorrinolaringologista Edgar Rezende, professor da Faculdade de Medicina da USP, afirma que o contato contínuo com ruídos superiores a 85 dB pode provocar diversos problemas.
"Zumbidos, insônia, surdez, alterações psíquicas, do aparelho digestivo, do campo visual, da menstruação etc.", afirma.
A candidata do PT à prefeitura, Luiza Erundina, diz que para combater o barulho é necessário fazer uma parceria com o Estado para aumentar a fiscalização e o controle dos agentes sonoros.
Celso Pitta (PPB) diz que vai continuar o programa da atual administração, "chamando a atenção dos estabelecimentos que não estão cumprindo a lei e punindo os infratores e reincidentes".

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