São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996 |
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Cragnotti investirá US$ 100 mi no país
FÁTIMA FERNANDES
A partir de 1998, o grupo quer estar pronto para produzir 150 mil toneladas anuais -inicialmente da linha de conservas- e faturar cerca de US$ 150 milhões por ano. A decisão do grupo pela disputa do mercado brasileiro de alimentos foi anunciada ontem por Sergio Cragnotti, presidente da Cragnotti & Partners. A sua estratégia é fabricar no país os produtos que a sua empresa Cirio já faz na Europa. São vegetais em conservas, derivados de tomate, leite, queijos, massas etc. Cragnotti diz que a Cirio -marca com mais de cem anos-, que fatura US$ 1,2 bilhão por ano, vai fornecer tecnologia para a fábrica brasileira. O local ainda não foi definido. O grupo está avaliando neste momento terrenos nos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Com a decisão de brigar pela venda de alimentos, Cragnotti mostra que esse é o mercado em que tem vocação para competir. É que o anúncio foi feito no dia em que a Bombril, empresa do grupo italiano, assinou contrato com a norte-americana Procter & Gamble para a venda da sua linha de sabão em pó -Quanto, ODD Fases, Pop, Ron Dyn e Finish. O valor do negócio não foi revelado pelas duas empresas. O comentário no mercado é que envolveu a cifra de US$ 100 milhões, a mesma quantia que Cragnotti vai gastar na fábrica de alimentos. Cragnotti diz que se desfez da linha de sabão em pó porque não tinha fôlego para competir com a Gessy Lever, que detém cerca de 80% desse mercado no país -avaliado em 450 mil toneladas anuais. Quanto, ODD Fases e Pop participam juntas com 17%. A Bombril, por enquanto, conta ele, vai continuar sob o controle do grupo italiano. Os produtos que permaneceram, diz ele, são líderes ou vice-líderes de mercado. Ele cita, por exemplo, a lã de aço Bombril, o saponáceo Radium, o detergente líquido Limpol, o amaciante de roupa Mon Bijou e o desinfetante Bril. Para demonstrar que a Bombril interessa muito ao grupo italiano, ele diz que a Cragnotti & Partners comprometeu-se também ontem a comprar da Henkel as ações que correspondem a 25% do capital (com direito a voto) da Bombril. Os outros 75% já pertencem ao grupo italiano. E mais: diz que pretende aumentar o capital da empresa. Em 1993, a Bombril lançou eurobônus e fez captação de US$ 150 milhões em 20 dias no exterior. Cragnotti diz que a estratégia do grupo é tornar a Bombril uma multinacional. "Os produtos que são líderes no país podem também ser feitos no exterior", afirma. Há dois meses, conta, ele foi à China e outros países pesquisar mercado para a palha de aço. "Estamos abertos às parcerias." A Bombril deve fechar este ano com receita de R$ 650 milhões e lucro operacional de R$ 40 milhões. No ano passado, o faturamento da empresa foi de R$ 520 milhões. O lucro operacional no período foi de R$ 24 milhões. A Procter & Gamble está disposta a manter as marcas de detergente em pó que pertenciam à Bombril. No mercado mundial, ela compete especialmente com as marcas Tide e Ariel. Winston Griffin, diretor-financeiro da empresa, diz que a empresa detém perto de 50% do mercado de sabão em pó nos EUA. Texto Anterior: Livro mostra que publicitário também erra Próximo Texto: Dólar futuro tem forte alta na BM&F Índice |
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