São Paulo, sábado, 9 de novembro de 1996
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REPERCUSSÃO

Amado Batista, cantor, 12 milhões de cópias vendidas - "Já existe uma lei que prevê uma proporção maior de músicas nacionais, mas ela não é cumprida. Acho positiva essa nova lei, mas deve haver fiscalização para que se efetive. Certas rádios, que tocam quase que 100% de músicas estrangeiras, principalmente as emissoras de rock, provavelmente vão dar maior espaço para a música nacional. Uma das melhores medidas é a taxação de gravações no exterior. Temos estúdios ótimos no Brasil".

Paula Toller, 34, cantora e compositora, integrante do Kid Abelha - "Sou radicalmente contra a 'Lei da Música'. A MPB se iguala em qualidade com a música estrangeira e ganha em vendagem. Não é só o rock que faz sucesso, muitos grupos de samba, sertanejo, reggae vendem bem. Além disso, quem vai decidir o que é música brasileira? É uma bobagem regulamentar dessa forma uma coisa que funciona bem -na verdade, uma das únicas coisas capitalistas que funciona bem. O ministério deveria se preocupar em tomar medidas como o subsídio a gravadoras independentes em vez de pensar em leis como essa, semelhantes à censura".

Ralf, 36, cantor e compositor da dupla Christian & Ralf - "Acho a lei 'do caramba'. Só espero que haja fiscalização sobre o destino do dinheiro arrecadado com os impostos. Existem 500 mil impostos, mas boa parte deles são desviados. O país está cansado de tantos impostos. Acredito que a 'Lei da Música', se bem aplicada, pode melhorar a situação do músico nacional. O artista é muito desprestigiado nesse país, em que, por exemplo, a maior arrecadação referente a composição musical vai para uma gravadora, não para o verdadeiro compositor. Até a alfândega maltrata o artista. Toda vez que viajo, representando o país, sou taxado".

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