São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Jatene agradece a 'atenção' do presidente

ELIO GASPARI
COLUNISTA DA FOLHA

Foi dura e seca a carta de demissão entregue pelo professor Adib Jatene ao presidente Fernando Henrique Cardoso devolvendo-lhe o Ministério da Saúde.
Agradeceu a "atenção" que o presidente lhe deu mas, salvo uma referência ao empenho de FHC na aprovação da CPMF, não registrou lembrança de ajuda ou colaboração.
O presidente Fernando Henrique Cardoso respondeu lastimando a denúncia, agradecendo a colaboração, dizendo que "o Brasil precisa de gente como você".
Mesmo tendo recebido do ex-ministro apenas um "cordialmente" no fecho da carta, despediu-se com "um afetuoso abraço".
Jatene advertiu FHC para os riscos que a falta de recursos impõe ao atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como "os demais programas preventivos destinados a minorar o sofrimento das populações de baixa renda".
Lembrou-lhe ainda a "possibilidade de desabastecimento de medicamentos essenciais produzidos por laboratórios oficiais na iminência de interromperem suas atividades frente aos compromissos financeiros que não podem honrar".
Com um toque de ironia, lembrou ao presidente que com ele aprendeu a seguinte frase: "A política não é a arte do possível. É a arte de tornar possível o necessário".
FHC passou um elegante recibo: "E somente porque acredito que é preciso tornar possível o necessário, apoiei a CPMF".
Jatene deixou o ministério por não ter conseguido tornar possível a liberação necessária de R$ 3,7 bilhões para a Saúde.
Leia ao lado a íntegra da carta de Jatene a FHC e a resposta do presidente:

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