São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Chance de ganhar na sena é maior

DA REPORTAGEM LOCAL

É mais fácil ganhar sozinho na Supersena fazendo a aposta mínima que ser atingido em terra por um avião que cai, como aconteceu no acidente com o Fokker-100 da TAM na semana retrasada.
Em números, as chances são mínimas, mas dobram: o risco de morrer em um acidente desse tipo é de 0,4 para cada 10 milhões de pessoas, num período de 70 anos. Acertar as seis dezenas da Supersena tem uma probabilidade de 0,8 em cada 10 milhões de apostas.
Dados calculados nos EUA mostram que a chance de ocorrer um acidente aéreo com vítimas fatais é de 1,5 para cada 10 milhões de decolagens. O risco de morrer em um desses acidentes é um pouco maior -2,4 chances em 10 milhões de decolagens, já que dificilmente só uma pessoa morre por acidente.
Batidas e assaltos
Esses números, calculados com base no tráfego aéreo americano, o mais intenso do mundo, podem até impressionar -mas não tanto como os que cercam um cidadão comum em São Paulo.
Durante um ano, ele terá 1,2 chance em 1.000 de bater o carro em um dia sem chuva, 1,7 chance em 1.000 de ser assaltado e, se morrer, 1,8 chance em 100 de que seja por atropelamento. Se nada disso acontecer com esse cidadão, sobra a certeza estatística de que alguém teve um ano pior que o dele.
Também impressiona o risco de morte em acidente de carro no Brasil: de cada 100 óbitos registrados, 2,7 têm essa causa direta. Por aproximação, é 100 mil vezes mais fácil morrer num acidente de trânsito no Brasil do que em um acidente aéreo nos EUA.
Como em todas as estatísticas, esses números devem ser lidos com ressalvas. O risco de ser atingido por um avião cresce muito para as pessoas que, como as que morreram no acidente com o Fokker-100 da TAM, vivem ou trabalham próximo a aeroportos.
Há estudos que mostram que 50% dos acidentes aéreos acontecem na aproximação e pouso, e outros 20%, na decolagem.
Já os acidentes com automóveis costumam ter relação com a idade do motorista. Um estudo da Itaú Seguros revelou que pessoas na faixa entre 18 e 25 anos batem o carro com 30% mais frequência.
A seguradora criou uma tabela de descontos para mulheres. Os números mostraram que os homens têm 20% mais acidentes. Estatisticamente, ao menos, mulheres parecem dirigir melhor.

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