São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996 |
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Aluno diverge sobre validade do teste
LUCIANA BENATTI
Não faltam argumentos contra e nem à favor. Na última semana, o exame foi o principal tema de discussão nas universidades. Na FEA (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), a atual diretoria do centro acadêmico, que está em final de mandato, se posicionou, por meio de um editorial, à favor do provão. Eles afirmam ser o único centro acadêmico da USP com essa posição. Adriano Pitoli, 24, presidente, acha que a verificação do grau de assimilação de conceitos básicos do curso é um parâmetro importante na avaliação das faculdades. "Se for detectado que os cursos são deficientes, isso vai trazer uma reação saudável de pressão para que a USP melhore", diz. Por outro lado, a diretoria eleita, que assume no próximo dia 18, prefere primeiro intensificar o debate para depois tomar uma decisão. "Não temos uma posição definida, vamos discutir com os alunos", afirma Rodrigo Lima Silva, 21, presidente eleito. O Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, está entre os que defendem o boicote. Apesar disso, é possível encontrar muitos defensores do exame entre os alunos do último ano. Para o formando André Luiz de Lima Daibles, 29, é importante que as universidades passem por um controle de qualidade. "A universidade -principalmente a pública- tem um compromisso com a sociedade, mas esse papel está um pouco esquecido." Na opinião de Flávio Boechat Albernaz, 22, o provão vai proporcionar subsídios para a adoção de outras medidas. "Uma coisa é interferir na atividade, outra é avaliar. Como estabelecer uma política educacional coerente sem conhecer a realidade universitária?" Entre os alunos da PUC (Pontifícia Universidade Católica) também não há consenso. Fabíola Nabuco Leva, 24, aluna do último ano de direito, encara o provão como "uma questão cívica". Ela acredita que pode ser uma oportunidade da sociedade se tornar mais responsável e participar mais da questão. Sua colega Juliana Pires Gonçalves, 23, acha que o provão é uma forma do Ministério da Educação transferir sua responsabilidade de fiscalização para os alunos. "Vou fazer o provão, mas não com a preocupação que terei com o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)." Texto Anterior: MEC impôs sigilo total em torno do exame Próximo Texto: Ranking também é tabu para europeus Índice |
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