São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Edberg, US$ 20 milhões, sai das quadras

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O tenista sueco Stefan Edberg, 30, e mais de US$ 20 milhões acumulados em 13 anos de carreira, vai deixar definitivamente as quadras no próximo mês.
Depois de se despedir do circuito profissional no Aberto de Estocolmo, disputado esta semana, Edberg, ex-número um do mundo, defende a Suécia entre os dias 6 a 8 de dezembro na final da Copa Davis, contra a França.
"A decisão foi de partir o coração, pois havia muitas emoções envolvidas. Nessa hora, muitas coisas passam pela sua cabeça. Ao mesmo tempo, fiquei um pouco aliviado pelo fato de esta parte da minha vida estar encerrada", admitiu Edberg, que agora pretende se dedicar à família.
A despedida de Edberg aconteceu na Academia Real de Tênis da Suécia, na mesma quadra onde, há dez anos, ganhou uma final memorável contra Mats Wilander por 6/2, 6/1 e 6/1.
"A de Wilander segue sendo uma de minhas melhores partidas", admitiu Edberg.
Campeão dos Abertos da Austrália e dos Estados Unidos e do Torneio de Wimbledon, Edberg só não conseguiu inscrever seu nome na galeria de campeões em Roland Garros, na França.
Os quatro torneios integram o Grand Slam, e vencê-los se constitui no objetivo máximo de qualquer tenista profissional.
Serviço notável
Considerado um dos maiores tenistas da história, Edberg ocupou na Suécia o trono que pertenceu ao mítico Bjorn Borg e ao incansável Mats Wilander, dois ex-números um do mundo.
Desde que venceu seu primeiro torneio, em Milão, em 1984, Edberg conquistou outros 40 torneios e foi vice em 36 finais.
Contrastava com Borg e Wilander, seu predecessores, que fizeram do jogo de fundo de quadra uma receita quase obsessiva.
Ao contrário deles, Edberg se valeu durante a carreira de um serviço notável, com um segundo saque quase tão perfeito quanto o primeiro, buscando a rede permanentemente.
Seu voleio, agradável para o público, se tornou uma arma letal para os adversários.
Futuro
Quando surgiu no cenário mundial, em 1983, já havia conquistado os quatro torneios do Grand Slam juvenil (Austrália, Inglaterra, França e EUA).
Num deles, ao sacar, um gesto infortunado marcou sua carreira: a força com que bateu na bolinha a fez atingir a cabeça de um juiz de linha, que viria a morrer pouco depois no hospital.
Depois de trocar Estocolmo por Londres, onde vive com a mulher Anette -ex-namorada de Wilander- e sua filha Emilie, de 3 anos, Edberg pretende se despedir com o título da Copa Davis, feito que conseguiu em 1984 e repetiu dez anos depois.
Edberg se despede cumprindo uma promessa feita no início do ano: a criação da Fundação Stefan Edberg destinada a ajudar jovens tenistas com futuro no esporte.
Edberg ainda não sabe o que pretende fazer. "O mais provável é que participe de agora em diante de torneios de veteranos", brinca o tenista sueco.

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