São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Pescando na Patagônia

ALESSANDRA BLANCO

Agência ecológica ensina a capturar trutas, mas obriga devolução do peixe ao lago no final da pescaria
Está aberta a partir de hoje a temporada de pesca de trutas no lago Futalaufquen, na Patagônia. Não se trata, porém, de qualquer tipo de pesca. Nessa região, qualquer pescador tem de se comprometer a devolver a sua truta ao lago -por maior que seja o seu tamanho- logo depois de tê-la capturado.
A agência de turismo Vivaterra vêm promovendo viagens ecológicas para a Argentina há um ano. Entre seus pacotes, se inclui a temporada de pesca de trutas na Patagônia entre os meses de novembro e abril, único período em que é permitida e também em que os lagos não estão congelados.
A técnica de pescaria usada nessa região é completamente diferente das usuais. As trutas são atraídas por iscas feitas com moscas secas e a linha de pescar é mais fina do que as tradicionais para não machucar o peixe.
"Como o equipamento é especial e bastante delicado, é fácil de tirar da boca do peixe, que não sai machucado", diz a proprietária da Vivaterra, Mirta Forat.
O pescador também deve ficar dentro da água gelada do lago durante a pescaria, usando roupas especiais e impermeáveis. Até mesmo a maneira de lançar a linha com a isca é diferente.
Antes de sair para a pesca, todos os participantes devem passar por "aulas" de pescaria que incluem palestra sobre pesca com mosca, vídeo teórico sobre o arremesso da linha, treinamento de arremesso da linha (chamado voar a linha) na grama, aulas de leitura dos rios, morfologia e insetologia aquática.
Só então é que podem partir para o lago. "É ótimo porque tanto pescadores experientes como curiosos, que nunca pescaram antes, aprendem da mesma forma e depois saem juntos para o lago", diz Mirta.
O sabor da pescaria
Claro que a pescaria não fica apenas na arte de pegar e jogar trutas no lago. Apesar do Futalaufquen ficar dentro de um parque nacional, na província de Chubut, é permitido a cada grupo de três pescadores comer um de seus peixes por dia, e, na hosteria Futalaufquen (hospedagem local), o prato principal também é a truta.
A hosteria, com espaço para 47 pessoas, já existe no local desde 1947 e foi remodelada em 1992 para receber os turistas. O pacote para dez dias, incluindo passagens aéreas, traslados, hotel, café da manhã, jantar e material para a pesca custa US$ 2.600 por pessoa.
Quem já conhece a técnica de pescaria com moscas secas pode tentar também a pescaria na Terra do Fogo. O esquema de pesca é o mesmo, mas não há cursos e a hospedagem é feita em cabanas e acampamentos na beira dos lagos e dos rios. O pacote de oito dias, sem passagem aérea, custa US$ 1.600 por pessoa.
Vivaterra Viagens: tel. 871-5567.

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