São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Chapéu supera 'estigma da traição'

DANIEL CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Você usaria um produto que está associado a um personagem que é traído pela mulher? E se esse produto fosse um chapéu, um "chapéu de chifrudo"?
Essas dúvidas atormentaram o empresário Paulo Cury Zakia, diretor de marketing da Chapéus Cury, de Campinas (SP).
Zakia produziu vários tipos de chapéus especialmente para "O Rei do Gado", inclusive os usados por Bruno Mezenga.
Mas, preocupado com a eventual associação dos produtos ao "traído" Mezenga, só lançou os chapéus com a marca "O Rei do Gado" em setembro, quase três meses após o início da novela.
"No começo, fiquei um pouco apreensivo. A traição é um trauma muito forte no interior, mas o carisma do personagem superou esse estigma e estamos vendendo acima das expectativas", conta o empresário.
Segundo Zakia, no primeiro mês foram vendidos cerca de 18 mil chapéus "O Rei do Gado".
São três modelos "country". O campeão de vendas em setembro, com 8.000 unidades, foi o similar ao que Mezenga usa na abertura da novela, um panamá (tipo de tecido) branco.
Outro modelo, que Mezenga usa em cenas da novela, vendeu 7.000 unidades. Trata-se de um chapéu preto e branco, feito com pêlos de coelho, também "country americano".
Em último, com 3.000 unidades, ficou o usado por Marcos Mezenga (Fábio Assunção), um modelo australiano.
Zakia, que se orgulha de ter desenvolvido o modelo usado pelo personagem Indiana Jones, diz que os figurinistas da novela "estragaram" o chapéu de Marcos. "Chapéu com aba levantada na frente é feio", afirma.
Além de chapéus, já existem no mercado cintos, botas, botinas e sapatões "O Rei do Gado".
A linha de calçados, estilo "country", é fabricada pela Le Cheval. "O pessoal do interior pede esse tipo de calçado", conta Maurício Tavares, diretor de mercados da Le Cheval.
"Fabricamos entre 20 mil e 30 mil pares por mês e vamos lançar a linha em Portugal", diz Tavares. Segundo ele, os calçados da novela representam 8% da produção da empresa e faturam cerca de R$ 1,8 milhão mensais.
A Globo fica com até 10% das vendas dos produtos licenciados. A emissora negocia o licenciamento de uma linha de calças jeans e camisas e shows com a marca "O Rei do Gado".

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