São Paulo, domingo, 10 de novembro de 1996
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Débora Bloch empresta seu humor à Teodora de "Salsa e Merengue"

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
DA REDAÇÃO

Débora Bloch oscila momentos de paz e estresse em seu dia-a-dia. Nos fins-de-semana, em casa, curte os raros e prazeirosos momentos na companhia de sua filha Julia e do marido Olivier em São Paulo. Durante a semana, corre para decorar os textos e acompanhar o ritmo das gravações da alucinada Teodora de "Salsa e Merengue", no Rio.
Isso não incomoda Débora. "Cansa, mas é divertido. Acabo aproveitando o que as duas cidades têm de bacana", afirma.
O sucesso da novela, que só na Grande São Paulo é assistida diariamente por cerca de 3,3 milhões de telespectadores, a faz mais feliz. Seu personagem é uma mulher à beira de uma ataque de nervos, que faz de tudo para recuperar Eugênio (Marcello Antony), seu rico ex-marido.
Mas Teodora também é carente e solitária. É sobre a sua personagem que Débora falou ao TV Folha. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
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Folha - Você considera a Teodora -e a novela, com sua "latinidad"- um pouco Almodóvar?
Débora Bloch - Acho que somos todos da mesma praia.
Folha - Um dos autores da novela, o Miguel Falabella, disse que seu personagem seria o alter ego dele na trama. Que pontos, na sua opinião, existem em comum entre a personalidade da Teodora e o "jeitão" do autor?
Débora Bloch - Conheço o Miguel há 15 anos. Acho que ela tem o humor, a picardia e a inteligência dele.
Folha - Você acha que o jeito esnobe, arrogante e quase histérico da Teodora cria algum tipo de rejeição ao personagem na cabeça das telespectadoras?
Débora Bloch - No início, achei que iam me jogar tomates na rua, mas me surpreendi. As pessoas adoram a Teodora. Apesar de politicamente incorreta, o que salva é seu humor e sua loucura. Acho que isso criou uma empatia com o público.
Folha - Quando você faz um papel que não é cômico, como fica sua porção comediante?
Débora Bloch - Adoro fazer comédia. Acho um privilégio fazer rir. Para mim, o importante é um bom texto, um personagem rico. Não importa se estou fazendo drama ou comédia.
Folha - Você estava com saudade de fazer novelas?
Débora Bloch - Achei que estava na hora de voltar a fazer uma novela. Quando você não trabalha em novela, as pessoas acham que você não está fazendo nada. A última que fiz foi "As Pupilas do Senhor Reitor", no SBT, mas fiz "A Vida Como Ela É..." e vários "A Comédia da Vida Privada". Trabalhei à beça e, ainda assim, as pessoas perguntavam quando eu voltaria à TV.
Quanto a "Salsa", acho que o Falabella e a Maria Carmem Barbosa estão fazendo uma estréia brilhante. A novela tem todos os ingredientes de um bom folhetim. Tem os clichês, mas com uma boa história, com personagens bem construídos e diálogos surpreendentes e originais.
A novela tem personalidade.
(FMC)

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