São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996
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Banerj deverá ser o primeiro banco estadual privatizado

Rombo do banco ficou em R$ 1,8 bi no balanço do ano passado

DA SUCURSAL DO RIO

O Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro) será o primeiro banco estadual a ser privatizado na atual fase de saneamento do setor público estadual brasileiro.
Com um rombo que somava R$ 1,8 bilhão no balanço de 1995, o banco foi dividido em dois para viabilizar a venda da parte boa.
O leilão está previsto para dezembro, antes que expire o Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do BC (Banco Central), ao qual o Banerj está submetido desde dezembro de 1994.
"Estou certo que a privatização do Banerj dará certo e que ela servirá de modelo para o Banespa", disse o secretário Marco Aurélio Alencar.
Entre os candidatos à compra já estão certos o Bradesco, o Itaú, o Banco de Boston e o CCF (Crédit Commercial de France).
Agências
Desde 1º de novembro a parte boa do Banerj, formada pelas 193 agências, com cerca de 1,5 milhão de clientes, e expurgada dos créditos "podres", chama-se Banco Banerj S.A.
O novo banco é resultado de uma autorização do Conselho Monetário Nacional para uma capitalização e transformação em banco múltiplo da Banerj DTVM. Com recursos do próprio Banerj, a DTVM foi capitalizada em R$ 180 milhões para formar o novo banco.
Os acionistas minoritários, liderados pela Previ-Banerj, o fundo de pensão dos empregados do banco, protestaram na assembléia que aprovou o aumento de capital, argumentando que para eles sobrará somente a parte podre do banco.
Bozano
A preparação do Banerj para ser privatizado está sendo feita pelo Banco Bozano, Simonsen, contratado pelo governo do Rio para gerir o seu banco durante todo este ano, com autorização do Banco Central.
O Bozano reduziu o quadro de pessoal do Banerj de 11,5 mil para cerca de 8 mil empregados, fechou 26 agências e reduziu a zero, em meados deste ano, o déficit operacional diário do Banerj que era de aproximadamente R$ 1 milhão por dia no começo do ano.

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