São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 1996 |
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Justiça determina novo arresto de bens
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O juiz de Falências da Bahia, Augusto Bispo, determinou o arresto dos bens de ex-administradores de três empresas ligadas ao ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá, do extinto Banco Econômico.O arresto é uma providência cautelar, que consiste na apreensão de bens do devedor para garantir o pagamento da dívida em uma eventual execução judicial que venha a ser feita contra ele. A decisão do juiz Augusto Bispo resultou de ações movidas pelo Ministério Público Estadual contra os ex-controladores das empresas Aratu, Itapiracem Empreendimentos e Econômico S.A. Empreendimentos. Defesa Em julho passado, o juiz arrestou os bens dos ex-administradores do Banco Econômico. Com a nova decisão, Ângelo Calmon de Sá e 50 ex-administradores estão com os bens submetidos a arresto. O advogado Nelson Felmanas, que defende Ângelo Calmon de Sá, afirmou porém que os bens dos ex-administradores não serão leiloados, porque o Banco Central comprovará que a situação do Econômico era boa. "O Banco Central adotou uma medida precipitada ao intervir no Econômico por considerar como irrecuperáveis créditos bons", sustenta Felmanas. Rombo O objetivo do arresto é cobrir o rombo de R$ 3,2 bilhões verificado em quatro empresas do grupo Econômico. Uma avaliação feita pelo Banco Central sobre o caso aponta que os bens dos ex-controladores não atingem 10% do prejuízo acumulado. O detentor de maior patrimônio é o próprio Ângelo Calmon de Sá -cujos bens são calculados em cerca de R$ 100 milhões. Os rombos nas empresas foram constatados em sindicâncias iniciadas após a decretação da intervenção do banco. As investigações foram concluídas em outubro passado pelos auditores do Banco Central. Os maiores rombos detectados pelos auditores foram encontrados no Banco Econômico (R$ 2,7 milhões) e na Econômico Empreendimentos (R$ 504 milhões). Usineiros falidos O Banco Central apurou que essa última empresa foi criada para abrigar créditos "podres" do Banco Econômico relativos a empréstimos não pagos de usineiros falidos da Bahia. A Polícia Federal já instaurou 28 inquéritos para apurar os supostos crimes de colarinho branco cometidos pelos ex-controladores do grupo. Um dos inquéritos apura o dinheiro destinado a financiar as campanhas de 25 políticos que disputaram as eleições de 1990. Texto Anterior: Banerj deverá ser o primeiro banco estadual privatizado Próximo Texto: Procuradoria quer reaver o dinheiro do Proer Índice |
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